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Confer¨ºncia paz Ucr?nia - Mean - Antonianum (Vatican Media) Confer¨ºncia paz Ucr?nia - Mean - Antonianum (Vatican Media)

N¨²ncio na Ucr?nia: rezemos para realizar uma paz que parece imposs¨ªvel

Dom Kubolkas falou na ³¦´Ç²Ô´Ú±ð°ù¨º²Ô³¦¾±²¹ organizada pelo MEAN, Movimento Europeu de A??o N?o-Violenta, para reiterar a import?ncia da sociedade civil no apoio ¨¤ popula??o e na busca de novas formas de di¨¢logo. Cardeal Zuppi: a paz n?o tem nada de ret¨®rico, precisamos dela com urg¨ºncia. Na ter?a-feira (30/05), a interven??o do economista Stefano Zamagni: com essa guerra, a ordem internacional como a conhecemos est¨¢ em quest?o. A proposta dos corpos civis de paz em n¨ªvel europeu

Michele Raviart - Pope

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Não consigo conversar com os padres católicos retirados das áreas ocupadas pelos russos e agora prisioneiros. Não pude dar água e comida aos cidadãos sitiados de Mariupol, reduzidos a matar a sede com água dos aquecedores. Não pude salvar as crianças, que desapareceram do outro lado da fronteira, embora protegidas pelas ajudas humanitárias. Após dezesseis meses de guerra, "esta fase da guerra", dom Visvaldas Kubolkas, núncio apostólico na Ucrânia, admite seu cansaço mental e as dificuldades de encontrar novas ideias para ajudar o país a sair do conflito. É por isso que, falando em conexão de Kiev no segundo dia de "a construção da paz na Europa, de Sarajevo a Kiev", uma conferência organizada pelo Movimento Europeu de Ação Não-Violenta (Mean) na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, o núncio pede que rezem para alcançar o impossível com a intercessão de Deus, onde os meios humanos sozinhos parecem ser insuficientes.

Zuppi: precisamos urgentemente de paz

Entre o realismo e a esperança, o núncio elogiou as iniciativas do Mean, que reúne 35 organizações italianas e que foi à Ucrânia várias vezes nos últimos meses para ouvir as populações e as instituições, construiu uma "vila da paz" para apoiar as pessoas e organizou uma marcha na capital ucraniana em julho passado. Seu objetivo, reiterou dom Kubolkas, é unir pessoas comuns, civis e sacerdotes militares. Entre eles, o diálogo às vezes é mais fácil do que entre as instituições. "Seu exemplo é importante", enfatizou por telefone o cardeal Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha, presidente da Conferência Episcopal Italiana e encarregado pelo Papa Francisco da missão de promover caminhos de paz na Ucrânia. "Estamos em um momento em que a paz não tem nada de retórica. Precisamos urgentemente de caminhos de paz", enfatizou, reiterando a "ansiedade pela paz" e pela justiça do Pontífice.

Zamagni: na Ucrânia, a primeira verdadeira guerra global

A missão do cardeal Zuppi, explicou esta terça-feira o economista Stefano Zamagni, presidente emérito da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, foi fortemente desejada pelo Papa Francisco, "o único ator internacional que entendeu a verdadeira dinâmica do conflito". A guerra na Ucrânia é a "primeira guerra global na história da humanidade". Porque, diferentemente das guerras mundiais, os efeitos do conflito também afetam os países não beligerantes - pense na falta de grãos ucranianos para os países africanos - e as causas do conflito, não obstante a responsabilidade russa pela invasão, encontram-se na ruptura do equilíbrio mundial devido ao questionamento do unilateralismo liderado pelos EUA por outras potências mundiais. O que deve ser evitado, de acordo com Zamagni, são as "armadilhas diplomáticas" que correm o risco de afastar o cessar-fogo, subordinando-o a propostas inadmissíveis para as partes.

Uma reforma global do sistema internacional

De modo mais geral, para que haja justiça equânime, seria necessária uma reforma de todo o sistema internacional, enfatiza o economista, com uma condenação explícita do neocolonialismo e da apropriação de terras por países estrangeiros, a abolição de paraísos fiscais, a adoção de um modelo de integração para migrantes que seja intercultural e não assimilacionista, e um plano eficaz para a transição ecológica. As próprias Nações Unidas devem ser reorganizadas, com uma segunda Assembleia representando a sociedade civil do mundo inteiro.

Corpos civis de paz

É justamente para a sociedade civil que o Mean está apontando, que está organizando uma nova marcha não violenta em Kiev e uma "corrente" humana nos moldes do que os ucranianos fizeram na década de 1990, após a dissolução da União Soviética, para demonstrar seu desejo de independência. Em particular, o Mean é ativo na promoção de "Corpos civis de paz". Nascidos de uma ideia do pacifista Alexander Langer, eles são uma espécie de ajuda às populações e às instituições de um determinado território, que podem intervir com autonomia e legitimidade política em situações que estão se degenerando antes que o conflito exploda ou, ao final dele, para evitar que se verifique novamente.

Prodi: Europa deve aspirar à paz também fora de suas fronteiras

A ideia, explicou a porta-voz do Mean, Marianella Sclavi, é que, por meio das instituições europeias, os corpos civis de paz - instituídos de forma embrionária na Itália - possam se tornar uma realidade da União Europeia que possa operar na Ucrânia. "A Europa está enraizada na construção da paz entre países que sempre estiveram em guerra entre si e deve demonstrar que essa sua aspiração é válida não apenas dentro de suas próprias fronteiras, mas onde quer que a comunidade internacional o exija", escreveu o ex-presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, em uma mensagem para o Mean para esses dois dias, apoiando a proposta dos Corpos civis de paz. "Portanto, espero que a União Europeia, que está arduamente construindo uma política externa comum", escreveu ele, "coloque esse objetivo entre os principais compromissos de seu projeto de autêntica unificação".

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01 junho 2023, 15:50