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Imagem da Audi¨ºncia Geral de 29/12/2021 Imagem da Audi¨ºncia Geral de 29/12/2021 

Igreja, casa de comunh?o

"Existir em comunh?o e em comunidade ¨¦ exig¨ºncia da vida crist?. O essencial do mist¨¦rio da Igreja ¨¦ ser ela uma comunh?o com o Pai, o Filho, no Esp¨ªrito Santo, e ela viver em comunh?o fraterna."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

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¡°Fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão, eis o grande desafio que nos espera no milênio que começa, se quisermos ser fiéis ao desígnio de Deus e corresponder às expectativas mais profundas do mundo¡±. Palavras de São João Paulo II na Carta Apostólica recordadas pelo Papa Francisco no discurso aos bispos amigos do Movimento dos Focolares, em 28 de fevereiro de 2014.

¡°¡¯Fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão¡¯ ¨C ressaltou - é realmente fundamental para a eficácia de qualquer empenho na evangelização, enquanto revela o profundo desejo do Pai: que todos os seus filhos vivam como irmãos. Da mesma forma, revela a vontade do coração de Cristo: que todos sejam um, e revela o dinamismo do Espírito Santo, a sua força de atração livre e libertadora.¡±

De fato, ¡°a sociedade de hoje tem uma grande necessidade do testemunho de um estilo de vida que transpareça a novidade que  nos foi dada pelo Senhor Jesus: irmãos que se amam, apesar das diferenças de caráter, de idade. Este testemunho dá origem ao desejo de ser envolvido na grande parábola de comunhão que é a Igreja¡±.

Em nosso primeiro programa de 2022, padre Gerson Schmidt* dá continuidade a suas reflexões sobre a Igreja - a partir da Constituição Dogmática Lumen Gentium - falando hoje sobre "Igreja, casa de comunhão":

 

"No início de nossas reflexões sobre a , falamos aqui sobre a Eclesiologia de Comunhão, pensando na profunda comunhão, de onde se origina a vida e a missão da Igreja, a partir do conceito do Concílio Vaticano II sobre a realidade da Igreja ¨C sua genuína identidade. Por isso, é também chamada de Eclesiologia de Comunhão do Vaticano II.

Compreende-se, pela Eclesiologia de Comunhão, uma Igreja que se revela como Comunhão em Cristo e por meio d¡¯Ele com a Trindade, onde todos os seus membros estão intimamente interligados, conectados assim como os membros de um corpo humano, imagem paulina. A vinculação das várias partes desse Corpo Místico se dá, sobretudo, com sua cabeça, que na Igreja é Cristo. Por meio d¡¯Ele e por Ele é que todas as partes recebem vida.

Existir em comunhão e em comunidade é exigência da vida cristã. O essencial do mistério da Igreja é ser ela uma comunhão com o Pai, o Filho, no Espírito Santo, e ela viver em comunhão fraterna. Aqui valem os princípios de corresponsabilidade, colegialidade, subsidiariedade, participação, sinodalidade.

O Papa Francisco quer uma Igreja sinodal, que caminha junto. Por isso essa caminhada sinodal de comunhão, participação e missão, termos próprios na preparação do Sínodo. A pastoral eclesiológica do Vaticano II não é de segregação, mas de comunhão com os outros. Por isso, aponta no número 9 da Lumen Gentium, assim: ¡°Contudo, aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente¡±.

O Papa Francisco, em seu primeiro livro ¡°A Igreja da Misericórdia¡±, diz que quer uma Igreja pobre para os pobres. Apresenta nesse livro, que não é um documento oficial, um título se referindo a Igreja como ¡°Casa de comunhão¡±. Nesse livro o Papa diz: ¡°Deus nos concede a unidade, mas nós temos dificuldade em vê-la. É preciso procurar, construir a comunhão, educar para a comunhão, para superar incompreensões e divisões, a começar pela família, pelas realidades eclesiais, inclusive no diálogo ecumênico. O nosso mundo precisa de unidade; vivemos numa época em que todos precisamos de unidade, temos necessidade de reconciliação e de comunhão; e a Igreja é uma casa de comunhão¡±[1].

O Papa Francisco nesse livro, como um ensaio para seu Pontificado, faz uma bonita pergunta: ¡°Quem é o motor da unidade da Igreja? É o Espírito Santo que todos nós recebemos no batismo e também no sacramento da confirmação. É o Espírito Santo! A nossa unidade não é primariamente fruto do consenso, nem da democracia no seio da Igreja, nem sequer do esforço de estar em sintonia, mas deriva Daquele que faz a unidade na diversidade, porque o Espirito Santo cria a harmonia na Igreja. Trata-se de uma unidade harmoniosa no meio de toda a diversidade de culturas, línguas, pensamentos. O motor é o Espírito Santo. Por isso ¨C continua o Papa Francisco ¨C é importante a oração, que constitui a alma do nosso compromisso de homens e mulheres de comunhão e unidade. A oração ao Espírito Santo, a fim de que venha e construa a unidade na Igreja¡±[2].

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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[1] PAPA FANCISCO, a Igreja da Misericórdia ¨C Minha visão para a Igreja, Editora Schwacz, SP, p. 29.

[2] Idem, p. 30. 

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05 janeiro 2022, 08:03