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Menino mo?ambicano recebe comida ap¨®s passagem do Ciclone Idai Menino mo?ambicano recebe comida ap¨®s passagem do Ciclone Idai 

Dom Caccia na ONU: erradicar a pobreza, lutar contra o terrorismo e as mudan?as clim¨¢ticas

Em tr¨ºs discursos na 75? sess?o da Assembleia Geral da ONU, o Observador Permanente da Santa S¨¦ recordou a import?ncia de uma abordagem integral para erradicar a pobreza, salvaguardar a Cria??o e por um fim ao terrorismo internacional.

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Erradicação da pobreza, luta contra as mudanças climáticas e o terrorismo internacional: foram estes os temas abordados pelo arcebispo Gabriele Giordano Caccia, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, no decurso dos três discursos proferidos nos dias 12 e 13 de outubro, em Nova York, no âmbito da 75ª sessão da Assembleia Geral da ONU.

¡°O flagelo da pobreza - disse o prelado em primeiro lugar - continua a ser um dos maiores desafios globais do nosso tempo¡±, tanto que o número de indigentes no mundo ¡°continua a ser inaceitavelmente elevado¡±. Além disso, as consequências socioeconômicas da pandemia Covid-19 "tornam a situação ainda mais urgente", com o risco de que, no decorrer do ano, "100 milhões de pessoas acabem na pobreza extrema, levando, pela primeira vez, após décadas, a um aumento nas taxas de pobreza a nível global¡±. E não só: como destacado por Dom Caccia, ¡°a perda de empregos, a falta de oportunidades e uma proteção social inadequada são fatores que contribuem para a pobreza, para uma maior desigualdade e para a exclusão¡±.

Promoção da educação e melhor acesso à assistência médica e remédios

 

O que fazer então? O arcebispo recordou, em primeiro lugar, a importância da educação, ¡°um dos catalisadores essenciais para tirar as famílias e as comunidades do ciclo da pobreza¡±. Infelizmente, a pandemia também afetou negativamente este setor, tanto que a taxa de evasão escolar "aumentou dramaticamente".

Outro ponto essencial destacado pelo Observador Permanente é o da luta contra a ¡°pobreza farmacêutica¡±, ou seja, a negação do acesso à assistência médica e a medicamentos essenciais. Este é um fator que, disse Dom Caccia, ¡°agrava a cada dia a espiral de exclusão e desigualdade que acompanha a pobreza e torna os pobres ainda mais invisíveis¡±.

Colocar a pessoa humana no centro da economia

 

A erradicação da pobreza requer, portanto, uma ¡°abordagem integral¡±, ou seja, a união entre ¡°medidas monetárias e políticas globais¡± que promovam ¡°uma economia e um modelo de desenvolvimento em que a pessoa humana, especialmente os pobres, esteja no centro¡±.

Com efeito, a eliminação da pobreza implica algo "mais que crescimento econômico": requer "decisões, programas, mecanismos e processos voltados a uma melhor distribuição da renda, a criação de fontes de emprego e uma promoção integral dos pobres que vá além de uma simples mentalidade assistencial".

Erradicar a pobreza, concluiu o Observador Permanente, significa permitir a todos os homens, mulheres e crianças "serem dignos agentes do seu próprio destino", implementando medidas concretas que garantam "a inclusão dos excluídos, a promoção dos últimos e o bem comum".

Reduzir as emissões de gases de efeito estufa

 

Na sua segunda intervenção, Dom Caccia concentrou-se na proteção do ambiente, tema que - sublinhou ¨C ¡°requer uma resposta unitária da comunidade internacional, baseada no consenso e no compromisso partilhado¡±, porque hoje vivemos ¡°em um mundo interdependente que nos pede a pensar com um projeto comum¡±.

Disto, a necessidade que a comunidade internacional trabalhe em três níveis: o primeiro, o da ¡°mitigação¡±, ou - explicou o Observador Permanente - ¡°a redução das emissões de gases de efeito estufa que estão aumentando em nível global¡±. Nesta ótica, Dom Caccia recordou a importância de desenvolver ¡°fontes renováveis ??de energia amplamente acessíveis¡±, de promover ¡°modelos de consumo e produção sustentáveis¡± e de ¡°mitigar as alterações climáticas com base no princípio da precaução¡±.

Prevenir o risco de catástrofes

 

Em segundo lugar, o arcebispo destacou a necessidade de ¡°fortalecer as estruturas socioeconômicas¡± das pessoas e das comunidades, aumentando sua ¡°resiliência¡± para ¡°prevenir ou minimizar os danos que os efeitos negativos das mudanças climáticas podem causar."

Como terceiro ponto, invés disso, Dom Caccia lembrou a urgência de "reduzir o risco de catástrofes" associadas a "chuvas excessivas, inundações, deslizamentos, subida do nível do mar e secas". Mas para além de encontrar "soluções técnicas", o prelado exortou também a não esquecer "o rosto humano das alterações climáticas", representado por "crianças, mulheres e homens que, todos os dias, em todo o mundo", vivem "uma ameaça existencial que ataca seus habitats já precários e desestabiliza suas economias, sociedades, sistemas agrícolas e alimentares vulneráveis¡±.

Combater a mudança climática é um imperativo moral

 

Por isso, o combate às mudanças climáticas ¡°é uma questão de justiça e um imperativo moral¡± - destacou o Observador Permanente - porque implica o combate à ¡°pobreza, desigualdade, injustiça social e todas as outras formas de degradação que atingem a vida das pessoas, sobretudo nos países mais pobres¡±. A proteção do meio ambiente e a promoção da dignidade da pessoa humana devem, portanto, caminhar de mãos dadas, concluiu o arcebispo.

Condenação absoluta do terrorismo

 

Quanto ao terrorismo internacional, em seu terceiro discurso o Observador Permanente reiterou que este "viola a dignidade humana e os direitos humanos fundamentais" e que "nenhuma razão ideológica, política, filosófica, racial, étnica ou religiosa poderá jamais justificá-lo".

Antes pelo contrário, ¡°o desprezo total dos terroristas pela vida e pelas liberdades fundamentais, seus crimes indescritíveis contra mulheres e crianças e a barbárie selvagem de seus atos de destruição - frisou - exigem condenação absoluta¡±. Para fazer frente a tal fenômeno, portanto, são necessários padrões elevados que levem em consideração "o Estado de direito, os direitos humanos fundamentais" e o "cumprimento escrupuloso do direito internacional".

Os quatro pilares da estratégia global de antiterrorismo

 

O arcebispo, de fato, destacou os problemas que surgem "quando as medidas antiterrorismo se tornam um obstáculo para a ajuda humanitária legítima", muitas vezes "desesperadamente necessária" para muitas populações.

A ¡°cooperação multilateral¡± nesta área é, portanto, ¡°essencial¡± e deve basear-se nos ¡°quatro pilares da Estratégia antiterrorista global¡± que ¡°permanecem válidos e relevantes¡±, ou seja, enfrentar as condições que favorecem a propagação do terrorismo; preveni-lo e combatê-lo; fortalecer o papel das Nações Unidas; garantir o respeito pelos direitos humanos e pelo Estado de direito.

Também é necessário - reiterou Dom Caccia - dar mais atenção ao "cyberterrorismo e ao uso indevido da tecnologia digital por terroristas", bem como aos "remédios para as raízes do terrorismo, incluindo a educação dos jovens, marginalização de indivíduos ou grupos, resolução de graves disparidades econômicas, promoção do diálogo e respeito pela diversidade e inclusão¡±.

Respeito pela liberdade religiosa

 

O prelado também lança um apelo para que seja favorecida ¡°a tolerância e inclusão das minorias por meio de uma sólida promoção do direito à liberdade de consciência, religião e crença¡±, pois ¡°a falta de respeito de tais liberdades pode alimentar um ambiente propenso à violência e ao extremismo¡±. Disto, o apelo final do Observador Permanente para encorajar "uma distinção positiva e respeitosa entre as esferas política e religiosa", de modo a "preservar a liberdade religiosa de todas as pessoas e o papel insubstituível da religião" na formação da consciência e da ética na sociedade.

Pope Service - IP

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14 outubro 2020, 12:21