Santa S¨¦ na Onu: direitos humanos n?o se tornem "palavras vazias"
Cidade do Vaticano
¡°A abordagem ideológica que reduz a dignidade de uma pessoa à sua capacidade de autoafirmação e se concentra no alcance de um equilíbrio entre os direitos em competição entre si¡±, não deve tornar-se ¡°a lógica que define o avanço do projeto dos direitos humanos¡± lançado pela Declaração de 1948.
Foi a exortação do observador permanente da Santa Sé na Onu, Dom Bernardito Auza em pronunciamento na 73ª sessão da Assembleia Geral, num debate dedicado à promoção e proteção dos direitos humanos, em andamento de 16 a 29 de outubro na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Sem responsabilidade, e sem a afirmação da centralidade da pessoa humana, os direitos humanos correm o risco de tornar-se hoje ¡°palavras vazias¡±, advertiu o representante vaticano.
Intepretações sempre mais restritivas do direito à vida
O arcebispo filipino reiterou em sua intervenção, em particular, as preocupações da Santa Sé pela ¡°interpretação sempre mais restritiva do direito à vida¡±, tanto a nível nacional quanto internacional, por parte de correntes de pensamento que refutam ¡°reconhecer o valor intrínseco e a dignidade da vida humana em todas as suas fases¡±.
Ideologias que penalizam os mais vulneráveis
Esta abordagem ideológica difundida em vários organismos da Onu ¡°busca criar uma hierarquia dos direitos humanos, relativizando a dignidade humana, atribuindo mais valor e até mesmo direitos aos fortes e sadios, descartando os fracos¡±, afirmou.
Esta ¡°leva a grandes desigualdades e injustiças, muitas vezes ignorando as crianças no seio materno e tratando as vidas dos anciãos, migrantes ou pessoas necessitadas de cuidados especiais como sacrificáveis ou mesmo como um peso para a sociedade¡±.
Promover princípios da justiça, solidariedade e bem comum
Daí, o apelo a fazer de modo que esta lógica não prevaleça: ¡°Devemos, ao invés, promover os princípios da justiça, da solidariedade e do bem comum, princípios que favorecem o bem da família humana inteira, o qual tem como ponto de partida necessário a dignidade de toda pessoa humana, independente da sua vulnerabilidade¡±.
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