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Cultura da Paz e do Encontro para combater ciclo de viol¨ºncia

Observador Permanente da Santa S¨¦ na ONU, Dom Bernardito Auza, participou do F¨®rum de Alto N¨ªvel sobre o tema em Nova Iorque. Em seu discurso, nesta quarta-feira (5), afirmou que a paz e o encontro devem servir de ferramentas para combater o "ciclo vicioso de viol¨ºncia" instaurado em v¨¢rios pa¨ªses

Andressa Collet ¨C Cidade do Vaticano

Nesta quarta-feira (5), um Fórum de Alto Nível foi promovido na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, sobre a Cultura da Paz. O Observador Permanente da Santa Sé na ONU, Dom Bernardito Auza, abordou o tema enaltecendo que a paz e o encontro devem servir de ferramentas para combater a violência e para acolher quem vive em situação vulnerável, como refugiados e migrantes.

O arcebispo começou a sua declaração no fórum agradecendo pela oportunidade de se debater o argumento, considerado de suma importância para a Santa Sé e num momento muito oportuno. Dom Auza então citou a expressão usada pelo Papa, por ocasião da mensagem pelo Dia Mundial da Paz de 2017, quando Francisco resumiu os focos de violência difundidos na nossa sociedade como uma ¡°Terceira Guerra Mundial em capítulos¡±. Uma guerra que ¡°se manifesta de várias formas, incluindo conflitos armados entre e dentro dos próprios países, terrorismo e ideologias extremistas, violações dos direitos humanos e abusos humanitários, bem como a devastação do meio ambiente¡±.

¡°Obras de solidariedade são obras de paz¡±

Em Nova Iorque, o núncio apostólico afirmou que esse ¡°ciclo vicioso de violência¡± só pode ser quebrado com ¡°a promoção e a proteção da dignidade da vida humana, que deve ser defendida e fomentada para florescer dentro de uma cultura da paz e através de uma cultura do encontro¡±. Uma atitude que também deveria ser animada pelo ¡°respeito mútuo e pelo diálogo¡± que é se manifestam com empatia mútua e solidariedade: ¡°obras de solidariedade são obras de paz¡±, disse ainda Dom Auza. 

Essa cultura da paz e do encontro também motiva para a proteção e a assistência em situações vulneráveis, como aquelas vividas por refugiados e migrantes em condições extremamente difíceis. O arcebispo, então, citou novamente o Papa e a sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano quando exortou para se viver ¡°no espírito da compaixão¡±, para abraçar todos aqueles que sofrem com a fome e a guerra ou ¡°são forçados pela discriminação, perseguição, pobreza e degradação ambiental¡± para deixarem a sua pátria.

Nobel da Paz de 92 presente no evento

A embaixadora da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, Rigoberta Menchú, da Guatemala, que ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1992, foi outra participante. Já no discurso do presidente da Assembleia Geral da ONU, Miroslav Lajcak afirmou que ¡°uma cultura da paz ainda não existe¡± e para que ela aconteça é necessário três elementos: ¡°tempo, simplicidade e esperança¡±. Ainda segundo ele, ¡°os conflitos espalham-se em todo o mundo, o terrorismo internacional é uma ameaça tão grande, como sempre, e a intolerância política e religiosa está aumentando¡±.

Ouça a reportagem

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06 setembro 2018, 11:20