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Papa: caminhando com Jesus, se aprende a ver o outro e sentir compaix?o

"O Evangelho nos educa a ver: orienta cada um de n¨®s a compreender corretamente a realidade, superando preconceitos e dogmatismos dia ap¨®s dia. E depois seguir Jesus ensina-nos a ter compaix?o: estar atentos aos outros, especialmente aos que sofrem, aos que mais precisam. E intervir como o samaritano."

Jackson Erpen ¨C Cidade do Vaticano

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¡°E Jesus perguntou: ¡°Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?¡± Ele respondeu: ¡°Aquele que usou de misericórdia para com ele¡±. Então Jesus lhe disse: ¡°Vai e faze a mesma coisa¡±. Lc 10, 36-37¡±

É importante conhecer a Deus, prestar-lhe culto, mas acima de tudo, é importante colocar em prática o que se aprende ¡°caminhando nas pegadas de Cristo¡±, como o samaritano, pois se aprende ¡°a ver e a sentir compaixão.¡± E quando dou esmola, se não olho nos olhos da pessoa que ajudo, se não toco a sua miséria, então aquela esmola é para mim mesmo.

Viu e sentiu compaixão

 

¡°Ver e sentir compaixão¡±: dirigindo-se aos milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro para o Angelus dominical deste XV Domingo do Tempo Comum, o Papa inspirou sua reflexão a partir dessas duas palavras presentes na Parábola do Bom Samaritano, narrada no Evangelho de Lucas (Lc 10,25-37). Duas atitudes que o ¡°discípulo do Caminho¡± aprende ao mudar gradativamente seu modo de pensar e agir ao seguir o Mestre, conformando-se a Ele.

Toda a cena se passa na estrada de Jerusalém a Jericó, onde à beira do caminho está um homem que foi espancado e roubado. Por ele passam um sacerdote - que ¡°o vê, mas não para, segue adiante¡± - e um levita. Quem para diante da cena, é um samaritano que estava viajando: ¡°chegou perto dele, viu e sentiu compaixão", diz o Evangelho:

Não se esqueça destas palavras: ¡°sentiu compaixão dele¡±; é o que Deus sente cada vez que nos vê em um problema, em um pecado, em uma miséria: ¡°sentiu compaixão dele¡±. O evangelista faz questão de salientar que ele estava viajando. Portanto, aquele Samaritano, apesar de ter seus planos e estar direcionado para um objetivo distante, não encontra desculpas e se deixa interpelar pelo que acontece ao longo do caminho. Pensemos nisso: o Senhor não nos ensina a fazer exatamente isso? Olhar para a frente, para a meta final, prestando muita atenção, no entanto, aos passos a serem dados, aqui e agora, para chegar lá.

Aprendizado dos "discípulos do Caminho" é contínuo

 

O Papa recorda que os primeiros cristãos eram chamados de "discípulos do Caminho", pois no seguimento de Jesus estão aprendendo todos os dias, em caminho, viajantes, o que muito os assemelha ao samaritano:

O discípulo de Cristo caminha seguindo-o, tornando-se assim um "discípulo do Caminho". Ele vai atrás do Senhor, que não é um sedentário, mas sempre em movimento: pelo caminho encontra pessoas, cura doentes, visita povoados e cidades.

Assim ¨C observou Francisco - o "discípulo do Caminho" vê que ¡°seu modo de pensar e agir muda gradativamente, tornando-se cada vez mais conforme ao do Mestre. Caminhando nas pegadas de Cristo ¨C diz o Papa - torna-se um viajante e aprende - como o samaritano - a ver e a sentir compaixão¡±. Mas antes de tudo, ele vê:

Ele abre os olhos para a realidade, não se fecha egoisticamente no círculo de seus próprios pensamentos. Em vez disso, o sacerdote e o levita veem a vítima, mas é como se não o vissem, seguem adiante.

Mas o seguir Jesus, além de ver,  também ensina a ter compaixão:

O Evangelho nos educa a ver: orienta cada um de nós a compreender corretamente a realidade, superando preconceitos e dogmatismos dia após dia. Tantos crentes se refugiam nos dogmatismos para defender-se da realidade. E depois ensina-nos a seguir Jesus, porque seguir Jesus ensina-nos a ter compaixão: estar atentos aos outros, especialmente aos que sofrem, aos que mais precisam. E intervir como o samaritano, não seguir em frente, mas parar.

Pedir a graça de ver e sentir compaixão

 

E diante desta Parábola ¨C chama a atenção o Papa ¨C pode existir o risco de apontarmos o dedo para os outros, ¡°comparando-os ao sacerdote e ao levita¡±, ou para nós mesmos, ¡°enumerando a falta de atenção ao próximo¡±. Assim, o exercício a ser feito é outro, sugere:

Não tanto o de nos culpar. Claro, devemos reconhecer quando fomos indiferentes e nos justificamos, mas não nos detenhamos aí. Devemo reconhecer, isso é um erro. Mas peçamos ao Senhor que nos faça sair da nossa indiferença egoísta e nos coloque no Caminho. Peçamos a ele para ver e sentir compaixão. Esta é uma graça, devemos pedi-la ao Senhor: "Senhor, que eu veja, que eu sinta compaixão, como Tu me vês e Tu sentes compaixão de mim". Esta é a oração que vos sugiro hoje (...). Que sintamos compaixão daqueles que encontramos ao longo do caminho, especialmente aqueles que sofrem e estão necessitados, para nos aproximarmos e fazer o que pudermos para dar uma mão.

Tocar a miséria daqueles a quem ajudo

 

Então, saindo do texto preparado, o convite do Santo Padre a tocarmos as misérias dos que sofrem:

Tantas vezes quando me encontro com algum cristão ou cristã, que vem falar de coisas espirituais, eu pergunto se dão esmola. ¡°Sim!¡±, me dizem. Diga-me: Tu tocas a mão da pessoa para a qual dás a moeda? ¡°Não, não, a coloco ali¡±. E tu olhas nos olhos dessa pessoa? ¡°Não, não me vem em mente¡±. Se tu dás a esmola sem tocar a realidade, sem olhar nos olhos da pessoa necessitada, aquela esmola é para ti, não para ele. Pense nisso. Eu toco as misérias - também aquela miséria que eu ajudo -, eu olho nos olhos das pessoas que sofrem, das pessoas as quais eu ajudo? Deixo-vos esse pensamento. Ver e ter compaixão!

Que a Virgem Maria - disse ao concluir - nos acompanhe neste caminho de crescimento. Ela, que "nos mostra o Caminho", isto é, Jesus, também nos ajude a ser cada vez mais "discípulos do Caminho".

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10 julho 2022, 12:17

O que ¨¦ o Angelus?

O Angelus ¨¦ uma ora??o recitada em recorda??o do Mist¨¦rio perene da Encarna??o tr¨ºs vezes ao dia: ¨¤s 6 da manh?, ao meio-dia e ¨¤s 18 horas, momento em que ¨¦ tocado o sino do Angelus.

O nome Angelus deriva do primeiro verso da ora??o ¨C Angelus Domini nuntiavit Mariae ¨C que consiste na leitura breve de tr¨ºs simples textos sobre a Encarna??o de Jesus Cristo e a recita??o de tr¨ºs Ave Marias.

Esta ora??o ¨¦ recitada pelo Papa na Pra?a S?o Pedro ao meio-dia de domingo e nas Solenidades. Antes de recitar o Angelus, o Pont¨ªfice tamb¨¦m faz uma breve reflex?o inspirando-se nas leituras do dia. Seguem as sauda??es aos peregrinos.

Da P¨¢scoa at¨¦ Pentecostes, ao inv¨¦s do Angelus, ¨¦ recitado o Regina Coeli, que ¨¦ uma ora??o em recorda??o da ressurrei??o de Jesus Cristo, ao final do qual ¨¦ recitado o Gl¨®ria tr¨ºs vezes.

?ltimos Angelus / Regina Coeli

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