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Imagem do Santu¨¢rio Santa Dulce dos Pobres, em Salvador/BA (2019) Imagem do Santu¨¢rio Santa Dulce dos Pobres, em Salvador/BA (2019) 

Turismo religioso comunit¨¢rio ¨¦ caminho de esperan?a na p¨®s-pandemia

Enquanto a Europa divulga pacote de diretrizes para salvar a ind¨²stria do turismo na iminente temporada de ver?o, a Pastoral do Turismo no Brasil segue acompanhando a dif¨ªcil situa??o dos guias tur¨ªsticos, ¡°o lado mais fraco da cadeia produtiva¡±, afirma o coordenador nacional da Pastur, Pe. Manoel de Oliveira Filho. Mas com um olhar no futuro, no turismo religioso de base comunit¨¢ria que gera ¡°renda e condi??es de vida digna para comunidades tradicionais, perif¨¦ricas e populares¡±.

Andressa Collet ¨C Cidade do Vaticano

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Na Europa, onde os países começam a flexibilizar gradualmente a saída do período de quarentena, instituída para conter o avanço da Covid-19, uma das preocupações é salvar a indústria do turismo nos próximos meses que são cruciais para a sobrevivência do setor, com as iminentes férias de verão do continente. Nesta quarta-feira (13), a Comissão Europeia aprovou uma série de recomendações para que os governos trabalhem de maneira coordenada, diminuindo os riscos para a saúde e a economia. Porém, ¡°é importante enfatizar que até quando exista um risco de infecção, viajar envolve alguns riscos¡±, explica a Comissão.

Entre as diretrizes, a criação de aplicativos e sites com convergência de informações sobre a situação nas fronteiras, nos hotéis, nos hospitais e sobre infecções nos países, recursos que estarão à disposição dos turistas. Além disso, a reabertura coordenada entre as nações próximas vai acontecer com as fronteiras que tenham risco epidemiológico semelhante.

Apesar da divulgação do , a Comissão Europeia já estima as perdas no setor: hotéis e restaurantes com 50%, operadoras e agências de turismo com 85%, e cruzeiros e companhias aéreas com perdas de até 90%. Além disso, 6 milhões de pessoas correm o risco de ficar sem emprego.

Pastur acompanha situação dos guias de turismo

O contexto latente do desemprego no setor, devido à pandemia, se repete em países conhecidos mundialmente pela vocação turística, como o Brasil. O Pe. Manoel de Oliveira Filho, coordenador da Pastoral Nacional do Turismo (Pastur), comenta que estão acompanhando com atenção a situação particular dos guias de turismo no país, ¡°o lado mais fraco da cadeia produtiva¡± porque ¡°eles não têm salário fixo e vivem do que trabalham. Nos estados da Bahia e São Paulo, os sindicatos já conseguiram apoio financeiro e cestas básicas¡±.

Em específico, na Bahia, o sindicato local conseguiu, junto às autoridades, incluir os guias ¡°em programas de apoio do governo, promovidos para minimizar os efeitos da pandemia, pelos próximos três meses¡±. Em São Paulo, na cidade de Aparecida, a associação local, junto aos parceiros, arrecadou ¡°cestas básicas para serem doadas aos guias e está promovendo uma Live Solidária para ajudar os mais necessitados¡±. E o Pe. Manoel acrescenta:

¡°Nesse contexto todo, a atividade turística é a primeira a ser atingida e será a última a retornar plenamente. Isso já é do conhecimento de todos. Nesse sentido, nós como Pastoral do Turismo no Brasil estamos acompanhando com muita atenção todos os atores e processos: as empresas, porque elas geram empregos, e o desemprego é uma marca doída desse processo; também as comunidades tradicionais originárias, onde acontece o turismo de base comunitária; e todos os profissionais ligados ao turismo. Nesse grupo imenso, o que mais nos preocupa imediatamente é a atividade do guia de turismo, que faz parte daquele setor da economia que come, que vive do que trabalha e do que produz. É aquele grupo que faz o seu trabalho durante o dia para ter alimento para poder pagar as contas durante a noite. Se esse trabalho não existe, as condições diminuem bastante. Eles têm sindicatos e associações muito dinâmicas, muito fortes. Estamos acompanhando alguns desses sindicatos, estamos pedindo informações, oferecendo o nosso apoio no que nós podemos ajudar.¡±

A indústria do turismo pós-pandemia

Segundo o presidente da Pastur, ao olhar para o futuro da indústria do turismo do Brasil na pós-pandemia, a esperança está naquele comunitário:

¡°Estamos também olhando para frente e é possível ver que teremos, numa das nossas linhas de ação, não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina, o turismo de base comunitária. Teremos nele um horizonte de ação muito interessante porque, por tudo que se diz, o novo normal no campo do turismo tangerá para o turismo mais simples, o turismo em áreas rurais, o turismo individual, o turismo familiar e de pequenos grupos, o turismo rodoviário, ... E esse, inclusive com o turismo religioso de base comunitária que desenvolvemos, teremos experiências turísticas bonitas, de vivência profunda, para oferecer para a sociedade. E que, por outro lado, serão geradores de renda e de condições de vida digna para comunidades tradicionais, periféricas, populares, como indígenas, como quilombolas, em toda essa área. Então, existe esse caminho de esperança que nós já estamos potencializando.¡±

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13 maio 2020, 18:39