Turismo religioso comunitário é caminho de esperança na pós-pandemia
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Na Europa, onde os países começam a flexibilizar gradualmente a saída do período de quarentena, instituída para conter o avanço da Covid-19, uma das preocupações é salvar a indústria do turismo nos próximos meses que são cruciais para a sobrevivência do setor, com as iminentes férias de verão do continente. Nesta quarta-feira (13), a Comissão Europeia aprovou uma série de recomendações para que os governos trabalhem de maneira coordenada, diminuindo os riscos para a saúde e a economia. Porém, “é importante enfatizar que até quando exista um risco de infecção, viajar envolve alguns riscos”, explica a Comissão.
Entre as diretrizes, a criação de aplicativos e sites com convergência de informações sobre a situação nas fronteiras, nos hotéis, nos hospitais e sobre infecções nos países, recursos que estarão à disposição dos turistas. Além disso, a reabertura coordenada entre as nações próximas vai acontecer com as fronteiras que tenham risco epidemiológico semelhante.
Apesar da divulgação do , a Comissão Europeia já estima as perdas no setor: hotéis e restaurantes com 50%, operadoras e agências de turismo com 85%, e cruzeiros e companhias aéreas com perdas de até 90%. Além disso, 6 milhões de pessoas correm o risco de ficar sem emprego.
Pastur acompanha situação dos guias de turismo
O contexto latente do desemprego no setor, devido à pandemia, se repete em países conhecidos mundialmente pela vocação turística, como o Brasil. O Pe. Manoel de Oliveira Filho, coordenador da Pastoral Nacional do Turismo (Pastur), comenta que estão acompanhando com atenção a situação particular dos guias de turismo no país, “o lado mais fraco da cadeia produtiva” porque “eles não têm salário fixo e vivem do que trabalham. Nos estados da Bahia e São Paulo, os sindicatos já conseguiram apoio financeiro e cestas básicas”.
Em específico, na Bahia, o sindicato local conseguiu, junto às autoridades, incluir os guias “em programas de apoio do governo, promovidos para minimizar os efeitos da pandemia, pelos próximos três meses”. Em São Paulo, na cidade de Aparecida, a associação local, junto aos parceiros, arrecadou “cestas básicas para serem doadas aos guias e está promovendo uma Live Solidária para ajudar os mais necessitados”. E o Pe. Manoel acrescenta:
“Nesse contexto todo, a atividade turística é a primeira a ser atingida e será a última a retornar plenamente. Isso já é do conhecimento de todos. Nesse sentido, nós como Pastoral do Turismo no Brasil estamos acompanhando com muita atenção todos os atores e processos: as empresas, porque elas geram empregos, e o desemprego é uma marca doída desse processo; também as comunidades tradicionais originárias, onde acontece o turismo de base comunitária; e todos os profissionais ligados ao turismo. Nesse grupo imenso, o que mais nos preocupa imediatamente é a atividade do guia de turismo, que faz parte daquele setor da economia que come, que vive do que trabalha e do que produz. É aquele grupo que faz o seu trabalho durante o dia para ter alimento para poder pagar as contas durante a noite. Se esse trabalho não existe, as condições diminuem bastante. Eles têm sindicatos e associações muito dinâmicas, muito fortes. Estamos acompanhando alguns desses sindicatos, estamos pedindo informações, oferecendo o nosso apoio no que nós podemos ajudar.”
A indústria do turismo pós-pandemia
Segundo o presidente da Pastur, ao olhar para o futuro da indústria do turismo do Brasil na pós-pandemia, a esperança está naquele comunitário:
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