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Com uma sessão oficial seguida por uma solene Celebração Eucarística na presença de 20 mil fiéis, a Diocese de Phan Thiet abriu oficialmente na terça-feira, 15, a fase diocesana da Causa de Beatificação de dom Pierre Lambert de la Motte (1624-1679), o missionário francês que no século XVII foi o primeiro bispo de Dang Trong, parte sul do Vietnã.

A celebração teve lugar na sequência daquela realizada na Catedral de Hanói, no dia 29 de outubro, para a abertura do processo canônico sobre a santidade de dom François Pallu (1626-1684), também pioneiro das Missions étrangères de Paris, a quem nos mesmos anos foi confiado o ministério episcopal de Dang Ngoai, norte do Vietnã.

O arcebispo de Hue, dom Joseph Nguyen Chi Linh, recordou em sua homilia como dom Pierre Lambert de la Motte, “não obstante tenha vivido apenas 55 anos, dos quais 19 como bispo, e de tenha podido visitar o Vietnã apenas 3 vezes, tenha realizado coisas muito importantes e essenciais para a Igreja no Vietnã”. A sua base foi de fato o vizinho Sião (hoje Tailândia), onde, com o apoio do rei local, fundou a igreja de São José em Ayutthaya e o seu seminário, que se tornou a base para missionários em muitos países asiáticos. Tendo entrado secretamente no Vietnã durante uma viagem entre setembro de 1675 e junho de 1676, ele ordenou ali os primeiros sacerdotes locais. Ele também foi responsável pela fundação da primeira Congregação feminina na Ásia, as Amantes da Cruz.

Na celebração também estava presente o presidente da Conferência Episcopal da Tailândia, dom Joseph Chusak Sirisut. De fato, tendo o bispo de La Motte falecido em Ayutthaya, a causa de beatificação é realizada no Vietnã em virtude de uma carta com a qual, com a aprovação da Santa Sé, o cardeal de Bangkok transfere a jurisdição canônica para a Diocese de Phan Thiet.

A abertura oficial das Causas de Beatificação dos dois prelados missionários, considerados os pais fundadores da Igreja no país, representa a realização de um desejo há muito cultivado pelos bispos do Vietnã.

Pierre Lambert de la Motte e François Pallu foram bispos em tempos de perseguição e ambos morreram fora das fronteiras do país, mas com as suas visitas e a sua solicitude lançaram uma semente que deu frutos, em comunidades que conseguiram manter viva a fé apesar das muitas tribulações vividas ao longo dos séculos.

É também um passo significativo no novo clima nas relações entre a Igreja e o governo do Vietnã: trata-se das duas primeiras causas de beatificação de missionários estrangeiros promovidas pelas dioceses locais. Uma circunstância que na celebração do dia 29 de outubro foi sublinhada pelo presidente dos bispos vietnamitas, o arcebispo da cidade de Ho Chi Minh (Saigon), dom Joseph Nguyen Nang: “Desejamos um santo missionário - havia dito - para poder seguir os seus exemplos de evangelização e para invocá-lo para que nos dê pura inspiração e paixão para o anúncio de o Evangelho".

“Apesar das feridas da história, querem que estes dois franceses se tornem beatos – comentava há algumas semanas em entrevista ao Mondo e Missione pe. Vincent Senechal, superior geral das Missions étrangères de Paris. São capazes de ir além das críticas daqueles que dizem que o cristianismo na Ásia é a religião dos estrangeiros. Dizem: são os nossos bispos, esta é a Igreja”.

*Asianews