¡°Prociss?o de ramos recebe mais participa??o popular¡±, diz dom Armando Bucciol
Cidade do Vaticano
Neste Domingo de Ramos (14/04), a Igreja católica entra na ¡®grande Semana¡¯, fazendo memória dos últimos acontecimentos da vida de Jesus. Os textos litúrgicos dão a este Domingo dois títulos: de Ramos e da Paixão. Nisso, se reflete a história que deu origem aos ritos e se destacam duas dimensões não só da Semana Santa, mas da fé: a Realeza de Cristo e seu sofrimento. ¡°São as duas componentes do Mistério pascal: a paixão e morte oprobriosas e a exaltação messiânica do Senhor¡±, afirma dom Armando Bucciol, presidente da Comissão para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Dom Armando Bucciol explica que os dois ritos têm origem nas Igrejas de Jerusalém e de Roma. Ele conta que desde o IV século, a Igreja de Jerusalém recordava a entrada triunfal de Jesus na cidade santa realizada segundo a profecia de Zacarias: ¡°Agora o teu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montando num jumento¡± (Zc 9,9).
O título ¡°da Paixão¡± dado também a este domingo, conforme explica dom Armando vem da Igreja de Roma que, neste dia, focalizava a memória da Paixão do Senhor. ¡°Orações e leituras mantêm este trato e a leitura do Evangelho da Paixão é o momento mais significativo da liturgia deste domingo¡±, garante.
Dom Armando não sabe ao certo quando as duas diferentes tradições litúrgicas se deram, mas ele garante que foram acolhidas reciprocamente pelas duas grandes Igrejas e suas tradições litúrgicas. ¡°Com certeza, já na primeira metade do século VII, na Espanha, isso acontecia, como testemunha santo Isidoro de Sevilha¡±, afirma.
As reformas litúrgicas da Semana Santa, realizadas durante o pontificado de Papa Pio XII (1951 e 1955), e a reforma conciliar mantiveram o sentido originário da festa, polindo-a dos elementos que não tinham coerência com a sua identidade. ¡°A procissão de ramos, ao longo dos séculos e nas diferentes tradições litúrgicas, recebeu sempre mais solenidade e participação popular¡±, revela dom Armando.
O bispo relata ainda que todas as orações da missa deste domingo (Oração de Coleta, Sobre as Oferendas, depois da Comunhão e o Prefácio) destacam e unem o mistério da morte com o evento da ressurreição, como no prefácio que diz: ¡°Sua morte apagou nossos pecados, sua ressurreição nos trouxe vida nova¡±. Ou ainda como escreveu Paulo na II leitura da carta aos Filipenses: ¡°De fato, o Pai, ¡®exaltou¡¯ (ressuscitou) o Filho Jesus Cristo, e agora ¡®toda língua¡¯ proclame que Ele é ¡®o Senhor¡¯.
¡°Iluminados e orientados pela espiritualidade da liturgia, vivamos a Semana Santa neste equilíbrio entre morte e vida, sacrifício e solidariedade, empenho e esperança, sofrimento e amor. Cientes de que a morte de Jesus é expressão de seu grande amor, e que a ressurreição é a luz que se irradia em todos os dias não só da Semana, mas de toda a nossa vida¡±, finaliza dom Armando.
Fonte: CNBB
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