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2022.02.24 Anast¨¢cio Sasembele e Padre Bonif¨¢cio Tchibonto, Radio Ecclesia (Angola) 2022.02.24 Anast¨¢cio Sasembele e Padre Bonif¨¢cio Tchibonto, Radio Ecclesia (Angola) 

Angola. Relat¨®rio Sem Fronteiras elege R¨¢dio Ecclesia como R¨¢dio independentes no Pa¨ªs

O Relat¨®rio dos Rep¨®rteres Sem Fronteiras divulgado nesta quarta-feira (3/5), Dia Mundial da liberdade de imprensa, elegeu a R¨¢dio Ecclesia (Emissora Cat¨®lica de Angola) e a MFM como sendo os ¨²nicos ¨®rg?os de comunica??o social independentes em Angola.

Anastácio Sasembele ¨C Luanda, Angola

O Relatório indica para a predominância da imprensa pública no País, sendo que das cerca de 120 estações de rádio, apenas vinte são privadas, duas das quais são consideradas independentes: a Rádio Ecclesia, ligada à Igreja Católica, e a Rádio MFM.

A indicação das duas estações radiofónicas privadas mereceu reacções a exemplo do Secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, que diz ser justo o reconhecimento.

Da mesma visão partilha o presidente do MISA-ANGOLA, o jornalista André Mussamo.

No relatório, os Repórteres Sem Fronteiras, entre várias abordagens, garantem que, em Angola, ainda é comum que jornalistas sejam alvo de processos e, às vezes, condenações muito pesadas quando realizam investigações que abordam assuntos sobre a governação e matérias judiciais.

O Relatório lembra que nos últimos anos, vários jornalistas foram agredidos ou presos por breves períodos.

Nesta 21.ª edição do 'ranking', Angola perde 26 lugares, ocupando a centésima vigésima quinta posição.

Para sustentar os estudos realizados, a Repórteres sem Fronteiras indica que existem três canais de TV públicos e alguns privados. Em 2020, os dois veículos privados TV Zimbo e Palanca TV passaram a ser controlados pelo Governo.

E dos muitos jornais privados que surgiram com o advento da política multipartidária em 1992, apenas quatro ainda existem em versão impressa.

Quanto ao contexto político, a referida organização internacional diz que depois de uma aparente abertura em 2017, o Presidente da República de Angola  João Lourenço limitou suas trocas com os meios de comunicação, reduzidas a uma colectiva de imprensa em formato muito restritivo: cinco meios de comunicação convidados, com direito a duas perguntas cada e nenhuma pergunta complementar. O acesso à informações públicas e fontes governamentais é difícil, diz o documento, e a censura e a autocensura continuam presentes.

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04 maio 2023, 16:41