Angola. Relatório Sem Fronteiras elege Rádio Ecclesia como Rádio independentes no País
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
O Relatório indica para a predominância da imprensa pública no País, sendo que das cerca de 120 estações de rádio, apenas vinte são privadas, duas das quais são consideradas independentes: a Rádio Ecclesia, ligada à Igreja Católica, e a Rádio MFM.
A indicação das duas estações radiofónicas privadas mereceu reacções a exemplo do Secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, que diz ser justo o reconhecimento.
Da mesma visão partilha o presidente do MISA-ANGOLA, o jornalista André Mussamo.
No relatório, os Repórteres Sem Fronteiras, entre várias abordagens, garantem que, em Angola, ainda é comum que jornalistas sejam alvo de processos e, às vezes, condenações muito pesadas quando realizam investigações que abordam assuntos sobre a governação e matérias judiciais.
O Relatório lembra que nos últimos anos, vários jornalistas foram agredidos ou presos por breves períodos.
Nesta 21.ª edição do 'ranking', Angola perde 26 lugares, ocupando a centésima vigésima quinta posição.
Para sustentar os estudos realizados, a Repórteres sem Fronteiras indica que existem três canais de TV públicos e alguns privados. Em 2020, os dois veículos privados TV Zimbo e Palanca TV passaram a ser controlados pelo Governo.
E dos muitos jornais privados que surgiram com o advento da política multipartidária em 1992, apenas quatro ainda existem em versão impressa.
Quanto ao contexto político, a referida organização internacional diz que depois de uma aparente abertura em 2017, o Presidente da República de Angola João Lourenço limitou suas trocas com os meios de comunicação, reduzidas a uma colectiva de imprensa em formato muito restritivo: cinco meios de comunicação convidados, com direito a duas perguntas cada e nenhuma pergunta complementar. O acesso à informações públicas e fontes governamentais é difícil, diz o documento, e a censura e a autocensura continuam presentes.
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