Jubileu da comunicação, sementes de ç para germinar a verdade
Gianmarco Murroni – Pope
As celebrações em homenagem a São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, deram início ao Jubileu do Mundo da Comunicação, o primeiro dos grandes eventos organizados para o Ano Santo. Na manhã de sexta-feira (24), na Sala de Imprensa da Santa Sé foram apresentadas as várias atividades que animarão esses dias. O encontro contou com a presença do pró-prefeito da Seção para as Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo do Dicastério para a Evangelização, Mons. Rino Fisichella, do prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, e do secretário Mons. Lucio Adrián Ruiz. Também estavam presentes a jornalista Maria Ressa, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, e o escritor Colum McCann, convidados para um encontro cultural que se realiza neste sábado (25/01) na Sala Paulo VI.
O desafio da esperança
“Este Jubileu da Comunicação é uma experiência humana universal: quando se vive espiritualmente a experiência do Jubileu, é possível contá-la aos outros da melhor maneira possível. Esse é o objetivo: os comunicadores são os principais responsáveis por compartilhar aos outros a positividade, a beleza e a espiritualidade. Dessa forma, ao longo do ano todos poderão fazer um relato coerente”. São palavras de Dom Rino Fisichella, segundo o qual comunicar a esperança é um grande desafio: “Nem mesmo os artistas foram capazes de dar um rosto à esperança. A única representação que temos dela é um sinal cristão, a âncora. Essa âncora vem de uma passagem do Novo Testamento, mas encontra uma similitude nas catacumbas: esse é o sinal de esperança diante da morte. Para comunicar que, apesar da violência e da morte, apesar do mal que nos cerca diariamente, temos a certeza de uma esperança que não decepciona, significa que o bem sempre prevalecerá”.
Contar a esperança
“Talvez precisemos voltar às raízes da vocação, da nossa missão, da nossa paixão por esse trabalho de jornalistas e comunicadores”, comenta Paolo Ruffini. “Não chegamos em um beco sem saída, mas provavelmente nos perdemos um pouco em um labirinto no qual todos nos comunicamos, mas não nos entendemos. Este evento pode ser um momento de renascimento para os jornalistas, mas não só isso”. Especialmente na época em que vivemos em um mundo onde “todos são comunicadores, onde a comunicação está dentro de um paradigma tecnológico que talvez precise ser repensado para restaurá-lo à beleza do compartilhamento. Este é o momento de reconsiderar algumas coisas, ainda temos tempo para redescobrir o caminho da comunicação”. Segundo o prefeito do Dicastério para a Comunicação, “somos feitos de histórias: histórias que nossos pais nos contaram quando éramos crianças; histórias de nosso país; histórias de nossa família; histórias pelas quais passamos”. Contar histórias que transmitam o dinamismo do bem ajuda a mudar as coisas. É também por isso que criamos a hashtag #hopetelling: vamos conectar uma rede que conta a esperança e ver o que acontece”.
Um mundo de verdade
O Jubileu, portanto, é um momento para comunicar a esperança, para que ela não se torne “algo reservado para cada um de nós; ao contrário, que seja algo que recebamos para dar aos outros. Para que o mundo inteiro, como diz o Papa, possa entender essa esperança que vem de Deus. Caminhar na direção dos outros com uma verdade comunicável e semear a esperança”. Mons. Ruiz sublinha a importância de “pegar esses grãos de esperança que estão na realidade para que se tornem os pontos que tecem a história”. Se todos, desde a pequena realidade diária até a macro-realidade do mundo, pudessem olhar para a verdade e a esperança, as relações seriam absolutamente diferentes. Isso faz parte do apelo do Papa Francisco e o significado do Jubileu da Comunicação: poder semear esperança para criar um mundo que nos leve adiante na verdade”.
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