Koch: o mártir Metzger, testemunha de Cristo em um mundo dilacerado pelo nazismo
Gudrun Sailer – Cidade do Vaticano
“Testemunha de Cristo em um mundo dilacerado pelo nazismoâ€. Assim o cardeal Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, definiu o sacerdote mártir Max Josef Metzger, executado pelos nazistas em 1944, na Missa de beatificação por ele presidida neste domingo, 17, na Catedral de Freiburg, Alemanha.
O purpurado pediu que o testemunho de Metzger possa servir de exemplo ao momento presente: “Também nós vivemos em um mundo gravemente dilacerado e - como ele - somos chamados a ser testemunhas de Cristo, também em oposição às ideologias que imperam no mundo de hojeâ€.
Metzger, nascido na Floresta Negra em 1887, foi um dos primeiros defensores da paz e da unidade ecumênica. Após as suas experiências na Primeira Guerra Mundial, ele desenvolveu um “programa religioso internacional de pazâ€, que apresentou ao Papa Bento XV. O Papa chamou a guerra de “inútil derramamento de sangue†e apoiou a preocupação de Metzger em promover a compreensão e a reconciliação internacional, como enfatizou o cardeal suíço.
Já em 1919, Metzger fundou a “Associação para a Paz dos católicos alemãesâ€. Mais tarde, envolveu-se no movimento ecumênico e foi co-iniciador das comunidades Una Sancta. O sacerdote estava convencido de que “a Igreja pode apoiar a paz de forma credível somente se os cristãos e as Igrejas cristãs se reconciliarem entre siâ€, confessou em uma carta ao Papa Pio XII escrita na prisão. Segundo o prefeito do Dicastério do Vaticano para a Promoção da Unidade dos Cristãos, as suas palavras ainda hoje são consideradas um apelo à unidade dos cristãos.
Max Josef Metzger foi preso pela Gestapo em 1943 e considerado culpado de “alta traição e favorecimento ao inimigo†em um julgamento-farsa no ano seguinte. Ele foi executado na guilhotina na prisão de Brandenburg-Görden em 17 de abril de 1944.
“Sua morte é um testemunho eloquente daquilo que constitui um mártir na concepção cristã de féâ€, declarou Koch. O sacerdote da prisão relatou mais tarde que Metzger havia morrido “com os olhos brilhando de alegriaâ€.
A beatificação é uma honra especial para a Arquidiocese de Friburgo, de onde Metzger é proveniente. É também um lembrete da perseguição aos cristãos em todo o mundo.
O Papa recordou o novo beato alemão após a oração do Angelus. O seu exemplo, afirmou Francisco, pode “confortar muitos cristãos que no nosso tempo são discriminados por causa da sua féâ€.
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