Santa Sé: aborto, suicídio assistido e pena de morte contrários ao direito à vida
Pope
“Quando a dignidade é tratada como um status a ser alcançado, ou pior, concedido, e não como uma qualidade intrínseca do indivíduo, o valor de cada pessoa se torna subordinado ao status, ao poder e às conexões”. Com essas palavras, o arcebispo Gabriele Caccia, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, deu o alarme durante a discussão temática sobre a dignidade humana no primeiro comitê da 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. O arcebispo enfatizou que a dignidade humana é um elemento que está “na base dos direitos humanos”, na medida em que “sem ela, nenhum outro direito pode ser exercido ou desfrutado”.
Nesse sentido, Caccia destacou que o aborto é contrário ao direito à vida “invocado até mesmo nas Nações Unidas”. Em seguida, o prelado se referiu à prática do suicídio assistido, especificando como “histórias perturbadoras são abundantes onde quer que tenha sido legalizado” e à pena de morte, afirmando que a Santa Sé a considera “uma violação do princípio fundamental do direito à vida”.
Energia nuclear e desarmamento
O Observador Permanente da Santa Sé na ONU falou em outro painel da Assembleia Geral sobre energia nuclear em 22 de outubro. “É profundamente preocupante que o mundo esteja atualmente enfrentando um risco sem precedentes de conflito nuclear, caracterizado por ameaças alarmantes e uma corrida armamentista implacável”, disse Caccia, que considera "deplorável" que a comunidade internacional "tenha optado pela divisão em vez de abraçar um espírito de fraternidade" que clama pela paz e pela necessidade de desarmamento que está encontrando obstáculos.
“A posse e a produção de armas nucleares não são apenas imorais, mas também desviam recursos que poderiam ser usados para alcançar a verdadeira segurança global”, acrescentou ele, expressando decepção por parte da Santa Sé com "a crescente polarização e desconfiança observadas durante a segunda sessão da Comissão Preparatória para a 11ª Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que poderia impedir o progresso em direção ao consenso na próxima Conferência de Revisão em 2026".
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