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Emilce Cuda (centro) ao lado da vice-presidente da DZô, Francia Márquez, na COP16 em Cali Emilce Cuda (centro) ao lado da vice-presidente da DZô, Francia Márquez, na COP16 em Cali 

Emilce Cuda na COP-16 sobre biodiversidade: “Defender também a vida dos povos”

A Secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Emilce Cuda, que participou de alguns encontros, promovidos no âmbito da Conferência Internacional sobre Biodiversidade, em andamento em Cali, na DZô, desde o dia 21, levou a mensagem do Papa Francisco sobre o cuidado com a Criação, mas também sobre o direito das populações marginalizadas de participar das decisões do governo.

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Emilce Cuda, secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, participou, nos últimos dias, de alguns eventos no contexto da COP-16, Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade, que se realiza em Cali, Colômbia, de 21 de outubro a 1º de novembro, sobre o tema “Paz com a Natureza”.

Trata-se de um evento internacional instituído em 1992 na Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro, com o objetivo de defender os ecossistemas terrestres e marinhos, em sua riqueza e variedade. Emilce Cuda levou aos participantes da Conferência uma mensagem do Papa Francisco, que afirma: “Todos os povos, sobretudo, os mais marginalizados, têm direito de participar nas decisões do governo”.

Emilce Cuda, qual o motivo da sua presença em Cali?

“A minha participação na COP-16 corresponde ao desejo do Santo Padre de sermos ‘uma Igreja em saída’. A vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, visitou o Papa Francisco, há quase um ano, para pedir seu apoio à promoção integral dos afrodescendentes na América Latina e Caribe. Por isso, vim a Cali. Eu já havia iniciado um diálogo com eles e, hoje, estou aqui, a convite das Nações Unidas e do governo da Colômbia”.

De quais eventos a senhora participou?

“Quinta-feira, 24 de outubro, participei do “Fórum Internacional dos Afrodescendentes”, junto com a vice-presidente da Colômbia e o representante da ONU, durante o qual falei sobre o ensinamento de Francisco, expresso na “Laudato si'” e na “Fratelli tutti”, mas também na “Querida Amazônia”, um verdadeiro hino à biodiversidade. Propus, como desafio, tornar visível o aspecto social da crise ambiental e da crise da biodiversidade. Recordei, com base no Magistério social católica, que não devemos defender apenas a vida das espécies animais e vegetais, mas também a dos seres humanos. Isto significa insistir sobre a participação dos povos indígenas e afrodescendentes nas decisões sobre o uso e abuso dos recursos naturais. A minha mensagem concentrou-se sobre o fato que só o amor poderá levar ao reconhecimento da dignidade humana, para facilitar a sua participação no direito de tomar decisões, que afetam dizem respeito a todos os povos”.

A senhora participou também de outros eventos?

“Sim, participei também de outros dois eventos, que visavam a promoção de uma vida melhor e mais digna da comunidade afro. O primeiro, organizado pela Universidade de Oxford e a Ecocitizen, que concerne ao diálogo interreligioso, tratava do modo de cuidar, juntos, da biodiversidade. O segundo, referia-se ao modo de apoiar o trabalho do cuidado da biodiversidade das populações africanas e indígenas, através de novos instrumentos econômicos, como os créditos para a biodiversidade. O evento foi organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Conservação Internacional”.

Estes eventos foram úteis?

“Graças aos diálogos entabulados nestes eventos internacionais, conseguimos chegar a um acordo sobre o financiamento das atividades eclesiais para o cuidado da natureza e da cultura daqueles povos”.

A mensagem do Papa foi bem acolhida?

“Sim. É motivo de grande orgulho para toda a Igreja Católica o fato de que a mensagem do Santo Padre seja acolhida de forma “concreta” pelos governos, empresas e instituições financeiras, para que a conversão cultural possa ocorrer de modo justo”.

Emilce Cuda na COP-16
Emilce Cuda na COP-16

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26 outubro 2024, 09:02