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Misssa com rito de beatificação presidida pelo cardeal Marcello Semeraro em Šaštín, DZáܾ Misssa com rito de beatificação presidida pelo cardeal Marcello Semeraro em Šaštín, DZáܾ   (Peter Zimen)

Beatificado na DZáܾ o seminarista Ján Havlík, modelo de esperança e fidelidade

Um modelo para todos os cristãos, mas também para aqueles que “trabalham a favor da dignidade humana e da liberdade de consciência” é Ján Havlík, segundo as palavras do prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos na homilia da Missa com o rito de beatificação celebrada neste sábado, 31 de agosto, em Šaštín, na DZáܾ. Ján foi perseguido pelo regime comunista de seu país, mantendo sempre a fé e a esperança em Cristo

Adriana Masotti - Cidade do Vaticano

Uma “pessoa equilibrada, radiante, alegre na companhia, aberta e atenta às necessidades dos outros” que, após a sua prisão, viu o declínio progressivo da sua saúde. Assim o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, descreve a figura do seminarista eslovaco Ján Havlík, na Missa com o rito de beatificação do Servo de Deus, celebrada na manhã deste sábado em Šaštín, no espaço em frente à Basílica das Sete Dores da Virgem Maria.

Ján era "um homem de esperança"

 

Nascido em 12 de fevereiro de 1928, Ján Havlík teve uma morte súbita em 27 de dezembro de 1965, três anos após ter sido libertado da prisão.  Durante 14 anos foi torturado, submetido a maus tratos físicos e psicológicos, a duros interrogatórios e longo isolamento e condenado a trabalhos forçados. Encontrou na fé a força para tudo suportar. Antes de morrer, perdoou seus perseguidores.

“O amor de Cristo é a força que nos faz superar a fraqueza, a energia que nos faz vencer o medo, a luz que nos faz derrotar as trevas”, afirma o purpurado, que define Ján como “um homem de esperança”.

“Foi a virtude da esperança que o fez crescer e sustentou a sua vocação. Um sinal de esperança, de fato, já havia sido a escolha de ser discípulo de São Vicente de Paulo”, santo que deu esperança aos pobres e sofredores. E tal como São Vicente, Ján “foi verdadeiramente um raio de sol para aqueles o encontravam". Dele se dizia: “Manifestava a sua profundidade espiritual da forma mais intensa possível, partilhando o sofrimento, motivando os outros à esperança, apesar de passar por muitas dificuldades”.

Fama de santidade de Ján Havlík ultrapassou as fronteiras eslovacas
Fama de santidade de Ján Havlík ultrapassou as fronteiras eslovacas

Uma perseguição contra Deus

 

Durante a sua prisão, Ján Havlík conheceu o sacerdote salesiano Titus Zeman, beatificado em 2017. “Foi vítima de um regime que queria destruir o fenômeno religioso e em particular a Igreja Católica e os seus ministros”, observa o prefeito, lembrando que, segundo testemunhos recolhidos, na prisão Ján “copiava à noite, escrevendo a lápis e também fazendo cópias para outros, o Humanismo integral de Jacques Maritain”, aproximadamente 350 páginas. Um trabalho cansativo e arriscado.

O cardeal Semeraro observa que naquelas páginas era descrito o que Ján estava vivendo: “A verdade – lia-se ali – é que se trata de uma perseguição disfarçada; na realidade é uma luta contra Deus, de extermínio da religião, obra de destruição espiritual". O desejo de “manter prisioneira a palavra de Deus”, comenta Semeraro, foi contraposto pelo novo Beato “com a fidelidade a Deus, a fidelidade à própria vocação, a própria escolha de caridade para com os outros”.

Modelo de fidelidade para todos

 

Um modelo de fidelidade, portanto, Ján Havlík, que hoje é proposto não só à Igreja eslovaca, mas a todos os cristãos, aliás, “a todos aqueles que trabalham em favor da dignidade humana e pela liberdade de consciência. Está nisso a atualidade desta beatificação – continua Semeraro –, pois em muitos casos e mesmo em diversos contextos é difícil, às vezes heróico, permanecer fiel a Cristo”.

O purpurado recorda a promessa de Jesus: “quem perder a sua vida por causa mim, irá salvá-la”, que se concretizou em Ján. A fama do seu martírio, de fato, espalhou-se muito rapidamente, estendendo-se para além das fronteiras da nação e hoje, conclui o prefeito das Causas dos Santos, “a Igreja reconhece-o e confirma-o com as palavras do Papa: Ján Havlík “foi fiel discípulo do Senhor Jesus, a quem ofereceu generosamente a sua vida, perdoando os seus perseguidores”.

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31 agosto 2024, 14:32