Czerny: trabalho digno é aquele que cuida das pessoas e da Criação
Pope
O trabalho sempre esteve no centro do ensino social e pastoral da Igreja e hoje “é urgente refletir sobre o futuro do trabalho no contexto das grandes mudanças que estão ocorrendo em nosso tempo”. O discurso do cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, abriu na manhã desta quarta-feira (08/05) os trabalhos da Consulta sobre o tema “Cuidado é trabalho, trabalho é cuidado”, que reúne personalidades vaticanas e de várias instituições ligadas à Igreja católica, juntamente com representantes do Conselho Mundial de Igrejas, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de associações de trabalhadores e empresários, universidades, centros de pesquisa, ONGs e outras organizações nacionais e internacionais.
Defender a dignidade e os direitos dos trabalhadores
“O objetivo principal é sempre defender a dignidade e promover os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”, disse o cardeal Czerny, que citou , por ocasião da 109ª Conferência Internacional do Trabalho: “O trabalho que não cuida, que destrói a Criação, que põe em risco a sobrevivência das gerações futuras, não respeita a dignidade dos trabalhadores e não pode ser considerado digno”. A iniciativa da qual o trabalho destes dias representa a fase 2 do projeto “O futuro do trabalho - O trabalho depois da Laudato si'”, que o Dicastério acompanhou desde o início, começou em 2018, com o objetivo de “promover a justiça social no mundo do trabalho, ajudando a fazer ouvir a voz daqueles que estão à margem deste mundo” e respondendo com ações concretas “em nível local, regional e internacional” aos novos desafios.
O método da escuta “sinodal”
E há um método de trabalho que o cardeal Czerny destacou, o da escuta “sinodal”, que já foi testado com sucesso, por exemplo, durante o Diálogo social realizado em Chicago, nos EUA, em 2023, na fase anterior do projeto. “Algo extraordinário aconteceu - afirmou o prefeito vaticano. Graças a esse método, “desconhecidos e indivíduos com opiniões muito divergentes foram ajudados a ouvir uns aos outros e, por fim, convergir para um resultado que ninguém poderia ter previsto ou imaginado”. Por meio desse tipo de escuta mútua, continuou o purpurado, “aliados improváveis” puderam se esforçar juntos em direção ao objetivo comum, que naquele caso era o setor hoteleiro, superando interesses particulares.
Construir comunidades agentes de mudança
A esperança do prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral é, portanto, que essa experiência também possa guiar a Consulta, cujo interesse, enfatizou, é a tradução em prática da “necessidade de construir comunidades transformadoras diversas e inclusivas como agentes de mudança, capazes de integrar a dimensão relacional típica das comunidades com as ações eficazes de larga escala e de baixo para cima que nosso tempo exige” e, assim, contribuir para a agenda de desenvolvimento global. Isso também é afirmado na , que o cardeal Czerny citou no encerramento: “Os problemas sociais devem ser abordados por redes comunitárias e não simplesmente pela soma de boas ações individuais”.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp