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Christopher Wells - Pope

As questões sobre as quais o Papa Francisco fala não dizem respeito a países individuais, mas a todo o planeta. Assim, por exemplo, quando se pronuncia sobre mudança climática e meio ambiente, ele não se refere a Malta, Roma ou qualquer outro país, mas ao mundo inteiro. Isso foi enfatizado em uma entrevista concedida ao Pope pelo presidente da República de Malta, George Vella, logo após o encontro com o Papa na última quinta-feira (21).

De acordo com o protocolo, o chefe de Estado não revela os detalhes da conversa com Francisco, mas relata que discutiu questões que lhe são particularmente caras, incluindo a migração e a situação na Ucrânia e no Oriente Médio. "O Papa é muito 'franciscano' em seu pensamento", diz o presidente maltês, "no sentido de que sua Laudato si' é um hino de São Francisco. É uma encíclica que pode ser chamada de manual para o meio ambiente. Laudato si' é um hino à beleza da natureza".

As recordações da visita de Francisco a Malta

Relembrando a visita do Papa a Malta em 2022, o presidente ressalta que todos os pontífices que visitaram o pequeno estado insular enfatizaram a conexão com São Paulo, que pregou o Evangelho na ilha depois de naufragar a caminho de Roma. Sobre os encontros de Francisco em Malta, Vella mencionou aquele no centro de migrantes "João XXIII Peace Lab" de Hal Far. Para o Chefe de Estado, o encontro no centro de acolhimento de refugiados, administrado por um padre franciscano, foi o evento mais tocante da visita de Francisco. "O Papa parecia estar no sétimo céu. Sua alegria era evidente quando ele abraçou os migrantes e falou com eles com o coração", diz Vella, explicando que o episódio foi relembrado durante a audiência. "Ele realmente se lembra disso, com muita clareza."

"A caridade na prática"

Com o Papa, o presidente maltês também falou sobre o presente que lhe foi entregue: seis computadores portáteis para o Ambulatório Mãe da Misericórdia, na Colunata da Basílica de São Pedro, desejado por Francisco para ajudar os sem-teto e outras pessoas necessitadas. A doação será usada para receitas médicas, verificações de estoque e muito mais.

A estrutura do local, que Vella visitou, não oferece serviços médicos importantes, mas, ressalta o Chefe de Estado, "as pessoas que sofrem até mesmo de doenças menores, se entrarem lá, pelo menos encontrarão alguém que as receba como seres humanos, reconhecendo sua dignidade, e isso é o mais importante". "Talvez elas não sejam curadas de suas doenças, nem nenhum milagre específico seja realizado para elas, mas o fato de que há alguém lá para recebê-las, para tratá-las como seres humanos, para oferecer a elas a chance de tomar um banho, cortar o cabelo, verificar os dentes ou fazer um check-up... isso, na prática, é caridade", conclui o presidente Vella.