Sínodo: visita às Catacumbas para respirar o ar dos primeiros ãDz
Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB
Uma peregrinação para respirar o ar dos primeiros cristãos, que viviam uma Igreja sinodal, pode ser considerada um dos objetivos da visita às Catacumbas que os participantes da Assembleia Sinodal fizeram ao final dos trabalhos do segundo módulo do Instrumentum Laboris, na quinta-feira, 12 de outubro.
Pacto das Catacumbas
Dom Pasquale Iacobone, presidente da Pontifícia Comissão para a Arqueologia Sagrada, que cuida das catacumbas, destacou a importância da visita para o caminho sinodal. Não em vão, à importância do lugar nos primeiros séculos deve ser acrescentada a profecia do lugar no Concílio Vaticano II, com o famoso Pacto das Catacumbas, um avanço da Igreja pobre e para os pobres de Francisco, e no Sínodo para a Amazônia, com o Pacto para o Cuidado da Casa Comum, outro elemento fundamental no Magistério do atual pontífice.
As Catacumbas, como destacou o presidente da Pontifícia Comissão para a Arqueologia Sagrada, desempenharam um papel fundamental na Igreja primitiva, local de peregrinação ao qual as pessoas vinham de toda a Itália e do norte da África para venerar Pedro e Paulo, localizado na estrada pela qual os dois apóstolos chegaram à capital do Império. De acordo com a tradição, foi nesse local que foi encontrada a primeira imagem da Concórdia de Pedro e Paulo, na qual os dois apóstolos se abraçam.
Ajuda no caminho sinodal
Uma imagem que assume um significado especial em uma Igreja sinodal, pois representa o caminho comum de duas tradições cristãs que se reconciliam e, superando suas diferenças, se abraçam e começam a caminhar juntas. Esses são testemunhos que hoje podem iluminar o caminho da Igreja universal, algo que não é fácil nestes tempos de polarização, tensões e divisões, e superar essa dinâmica é um dos desafios da Igreja Sinodal.
Esse foi o local onde milhares de cristãos foram sepultados nos primeiros séculos, entre eles vários papas e centenas de mártires, sendo o local de sepultamento de vários santos. Entre outros, São Sebastião, Sisto II, Santa Cecília, Nereu e Aquiles. Essas vidas dedicadas são um verdadeiro testemunho para a Igreja, também para a Igreja de hoje e para uma Igreja sinodal.
Tudo isso foi colocado nas mãos de Deus em uma celebração na Basílica de São Sebastião, presidida pelo Cardeal Hollerich, relator geral do Sínodo, na qual os participantes do Sínodo foram chamados a confiar no Senhor, pedindo para assumir a radicalidade de seguí-Lo, e que este momento de oração, como todos os que estão sendo vividos no Sínodo, possa ser uma força para anunciar o Evangelho hoje.
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