S¨ªnodo, outras vozes crist?s: contentes por compartilhar esse percurso
L¡¯Osservatore Romano
A Assembleia do Sínodo está trabalhando nestas horas no Documento síntese, que será publicado no sábado, depois que a Carta ao Povo de Deus foi aprovada e difundida esta quarta-feira à tarde. Foi o que anunciaram Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação e presidente da Comissão para a Informação, e Sheila Pires, secretária da mesma Comissão, no briefing desta quinta-feira (26) - que teve um significativo cunho "ecumênico" - iniciado às 14h20, na Sala de Imprensa da Santa Sé, e foi introduzido pela vice-diretora Cristiane Murray.
Pires: a vivacidade das intervenções livres
"Na tarde de quarta-feira foi realizada a 18ª Congregação Geral, com a presença de 348 membros, e em primeiro lugar foi realizada a votação da Carta ao Povo de Deus", destacou Pires. "Cada membro votou usando o tablet fornecido. A pergunta era: 'Aprovo o texto da carta do Sínodo? Sim - Não'". O resultado da votação foi: 336 a favor, 12 contra. "Em seguida, foi aberta uma discussão livre sobre o esboço do Relatório de síntese. Como vocês sabem, o Papa Francisco interveio", disse Pires. "Nas intervenções livres" foi "sublinhada a necessidade de uma audácia missionária por parte da Igreja e foi também dito que o encontro com Jesus está no centro da fé e do entusiasmo missionário; que a Igreja se constitui como tal no anúncio do Evangelho e que não se pode pensar na Igreja independentemente da missão".
Além disso, continuou a secretária da Comissão para a Informação, "foi discutida a valorização da oração e dos grupos de oração. Foi reafirmada a importância fundamental da Eucaristia e do sacramento da Reconciliação. Foi dada ênfase sobre a dimensão litúrgica da sinodalidade, sobre a sinodalidade como um ato litúrgico e sobre o Sínodo como lugar maternal na liturgia". Novamente, "a importância do sensus fidei foi enfatizada. Falou-se da valorização das mulheres e da oportunidade de se referir às muitas mulheres que acompanharam Jesus". Foi "também enfatizada, com relação à Igreja em escuta, a capacidade de ouvir, consolar, aconselhar, própria da mulher. Também foi dito que as mulheres não devem ser objeto, mas sujeito da Igreja".
Pires relatou que foi abordado o "tema dos abusos, não só físicos". Em seguida, "foi enfatizada a importância do conceito do Reino de Deus: a Igreja é para o Reino e não para si mesma. Foi dito que, também por esse motivo, a Igreja deve ser acolhedora". Nas intervenções na Sala Paulo VI, lembrou ela, houve também "referência aos ensinamentos e à hermenêutica do Concílio Vaticano II. Foi feita referência à grande missão da unidade dos cristãos, ao diálogo com outras religiões e ao relacionamento com os não crentes".
"As formas de colonialismo cultural do norte global contra o sul global" foi outra questão levantada na assembleia, assim como "a importância de enfatizar a presença da Igreja nas crises mundiais. A Igreja - foi dito - não está fora do mundo e não pode deixar de se preocupar com o que está acontecendo: as guerras e o desejo de paz". Nessa perspectiva, observou Pires, "foi lembrada a situação de sofrimento daqueles que ainda não entenderam como sobreviver e criar seus filhos em realidades onde crianças morrem todos os dias em conflitos e em situações de grave desigualdade". Novamente, "o chamado evangélico para colocar os pobres no centro do caminho da Igreja também foi enfatizado: um aspecto cristológico, não um aspecto social". Por fim, Pires relatou que o documento deve encorajar o povo de Deus a quem ele se destina.
Ruffini: conteúdo e motivação do "Relatório de síntese"
Paolo Ruffini relatou que "na manhã desta quinta-feira teve início o exame do esboço do Relatório de síntese pelos Círculos menores para a apresentação de 'formas' coletivas que podem ser suplementares, substitutivas, canceladoras". 349 pessoas estavam presentes na Sala. Às 16 horas, os trabalhos da parte da tarde. Na manhã desta quinta-feira, "antes do início dos trabalhos nos Círculos, após a oração, a Comissão para a redação do Documento de síntese compartilhou com a Assembleia os critérios que fundamentam o Documento que será submetido à votação no sábado e que estamos examinando agora", explicou o prefeito. Especificando que "o Documento que será apresentado ao Papa como resultado do Sínodo será aquele aprovado na próxima Assembleia, em outubro de 2024". Enquanto "o Documento que está sendo discutido agora tem uma natureza diferente, é transitório".
"Seu principal objetivo - disse Ruffini - é nos ajudar a entender onde estamos, fazer memória do que foi dito nessas semanas de discernimento e reiniciar, em um processo circular, um caminho que começou no início deste Sínodo e terminará em outubro de 2024". Em particular, "o Documento deve conter os pontos em que o discernimento está mais avançado e também aqueles que precisam ser aprofundados. Ele deve relatar tudo fielmente. Estamos dentro de um processo que é uma circularidade. A Assembleia devolverá seu discernimento ao povo de Deus. Assim como o povo de Deus, depois de ouvido, ofereceu à Assembleia o seu próprio discernimento.
Este é um caminho - insistiu Ruffini -, e certamente o Documento, por sua natureza e também por sua brevidade - são 40 páginas, não faria sentido ter um texto transitório de 100 ou 200 páginas - não pode conter todos os detalhes". A linguagem deve ser discursiva, acrescentou, e assim "o Documento servirá para encorajar aqueles que já estão a caminho: todos os batizados, leigos e leigas, diáconos, sacerdotes, bispos, consagrados e consagradas. Todos devem se sentir encorajados e agradecidos por empreenderem ou continuarem o caminho. E muitos já estão em marcha".
"Há muitas coisas bonitas na Igreja que, infelizmente, às vezes não aparecem", continuou o prefeito: "O Documento também deve servir para trazer energia e alegria a essa experiência de sinodalidade". Nesse sentido, concluiu, a "motivação do Documento deve ser clara: ele servirá para nos ajudar a entender e aprender como caminhar juntos; a buscar soluções juntos, de mãos dadas, sem excluir ninguém". Sabendo que o "povo de Deus precisa de sacerdotes e leigos caminhando juntos de forma serena, sem ceder, nem um nem outro, à tentação do clericalismo".
Murray: o significado da presença de delegados fraternos
"Seguindo a prática - salientou Murray no início do briefing -, os delegados fraternos das diferentes Igrejas e Comunidades eclesiais estão participando da XVI Assembleia Geral do Sínodo. A fim de ter uma representação mais ampla, foram convidados 12 delegados fraternos das quatro grandes tradições cristãs: três da Igreja ortodoxa, três das Igrejas ortodoxas orientais, três das Comunhões protestantes históricas e três pentecostais-evangélicos". De acordo com "a tradição do Sínodo - explicou Murray -, os delegados fraternos não são apenas observadores, mas são convidados a participar das discussões, particularmente nos Círculos menores. Eles também participaram do retiro espiritual em preparação para o Sínodo, dnos dias 1º a 3 de outubro".
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