²Ñ´Çç²¹³¾²ú¾±±ç³Ü±ð. ConcluÃda fase diocesana do processo de beatificação dos Mártires de Chapotera
Padre Bernardo Suate – Cidade do Vaticano
O processo tinha iniciado no dia 20 de novembro de 2021 com o juramento dos membros da Comissão de inquérito nomeada pelo Bispo de Tete, Dom Diamantino Guapo Antunes. Esta Comissão de janeiro de 2022 a junho de 2023 interrogou as testemunhas que conheceram os Servos de Deus durante a sua vida e têm informações sobre o seu martírio e fama de martírio.
Dossier entregue à Nunciatura Apostólica
Terminada a recolha de todos os testemunhos, incluindo a documentação arquivística, foi preparado um dossier bem documentado sobre a vida e o martírio dos dois Servos de Deus, 1.500 páginas, o qual foi entregue pelo Bispo de Tete em caixas sigiladas ao responsável da Nunciatura Apostólica em Moçambique, Mons. Paul Anthony, o qual as fará chegar ao Dicastério das Causas dos Santos em Roma.
Os Servos de Deus Padre João de Deus Kamtedza e Sílvio Alves Moreira, como sublinhou Dom Diamantino Guapo Antunes, na sua homilia na Missa de encerramento do processo diocesano, foram bons pastores, sofreram com o seu povo, procuraram sempre a paz e a reconciliação. Puseram ao serviço de Deus e dos homens as suas qualidades humanas espirituais, vivendo o seu ideal missionário. Foram assassinados no dia 30 de outubro de 1985, próximo da residência missionária de Chapotera, Missão de Lifidzi, na Angónia. Os corpos foram encontrados no dia 4 de novembro, tendo sido enterrados no cemitério de Vila Ulongwe nesse dia.
Padre Kamtedza, acolhedor e grande apóstolo
O Padre João de Deus Gonçalves Kamtedza, filho de pai português e mãe moçambicana, nasceu na Angónia, Província de Tete (Moçambique) a 8 de março de 1930. Entrou no Seminário dos Jesuítas em 1948 e professou os votos religiosos em 1953 em Braga. Foi ordenado sacerdote na Missão de Lifidzi a 15 de agosto de 1964. Entregou-se de alma inteira à missionação do seu povo, primeiramente e durante muitos anos na Missão de Msaladzi, depois na Missão da Fonte Boa e em Satémwa. Era um homem dinâmico, inteligente, sábio, acolhedor, destemido, alegre, comunicativo e grande apóstolo. Amava o seu povo, a sua cultura e a sua língua. Nos finais de 1983, o Padre João de Deus Kamtedza foi transferido para Chapotera para evangelizar e assistir pastoralmente as missões de Lifidzi e Chabwalo.
Padre Sílvio Moreira, corajoso e vivendo com alegria os riscos da missão
O Padre Sílvio Alves Moreira nasceu em Rio Meão-Vila da Feira (Portugal) no dia 16 de abril de 1941. Entrou no Seminário dos Jesuítas em 1952 e professou os votos religiosos em 1959. Frequentou o curso de Teologia na Universidade Católica de Lisboa entre 1968 e 1972. Foi ordenado sacerdote na Covilhã (Portugal) a 30 de julho de 1972. Iniciou o trabalho missionário na diocese de Tete, no Seminário do Zobuè e posteriormente na Paróquia de Matundo. Em 1981, é transferido para Maputo trabalhando sobretudo na Paróquia do Amparo, na Matola. Em setembro de 1984 regressou à diocese de Tete, sendo colocado em Satemwa, Missão de Fonte Boa, e depois em Chapotera, Missão de Lifidzi. O Padre Sílvio era um homem livre, inteligente, corajoso, empreendedor, vivendo com entusiasmo e alegria, as cruezas e riscos que a vida missionária traz consigo.
Na cerimónia de conclusão da fase diocesana do processo de beatificação e canonização participaram muitas centenas de católicos oriundos de todas as paróquias da diocese de Tete que participaram na peregrinação diocesana ao Zobuè.
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