Nossa Senhora Auxiliadora
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano
Depois dos vários programas dedicados à mediação de Maria, padre Gerson Schmidt* tem nos proposto algumas reflexões sobre os diversos atributos da Virgem Santíssima, " com os quais a piedade cristã sempre procurou louvá-la. Hoje vamos saber do sacerdote incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre como Nossa Senhora passou a ser invocada como "Auxiliadora":
"Um dos elementos presentes na LG é a inserção do capítulo da Mariologia no documento sobre a Igreja, o capítulo oitavo, intitulado “A bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, no mistério de Cristo e da Igreja”. Tal inserção não foi fruto do acaso, mas corresponde à orientação presente na Constituição. A relação entre Maria e a Igreja só é possível de ser compreendida enquanto a Mariologia se insere na eclesiologia, enquanto Maria é a imagem e figura da Igreja, verdadeira discípula, serva e mãe.
A faz alguns atributos a Maria sobretudo no número 62 da Constituição Dogmática sobre a Igreja, como já dissemos, inserindo o papel de Maria dentro da Eclesiologia. Já vimos aqui e aprofundamos o título de Nossa Senhora Medianeira e também de Advogada. A constituição sobre a Igreja também utiliza o título de “auxiliadora”. Nossa Senhora é auxílio, refúgio, ajuda constante aos fiéis que a ela se dirigem na aflição e na dor. O nome é bastante popular entre os católicos, sendo bastante usual.
Esta invocação mariana de Nossa Senhora Auxiliadora encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este combate. A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Nossa Senhora Auxiliadora, cuja devoção remonta à vitória da armada cristã nessa Batalha de Lepanto, foi comandada por Dom João da Áustria. Em agradecimento, o Papa Pio V, incluiu na Ladainha de Nossa Senhora o epíteto de Auxiliadora dos Cristãos. No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de Deus. Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII, depois de cativo e liberto, criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma. O dia de Nossa Senhora Auxiliadora é comemorado em 24 de maio.
O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades. A Oração a Nossa Senhora Auxiliadora, composta por São João Bosco, é muito significativa: “Ó Virgem poderosa, Tu, grande e ilustre defensora da Igreja. Tu, auxílio maravilhoso dos cristãos. Tu, terrível como um exército em ordem de batalha. Tu, que só destruíste todas as heresias em todo o mundo. Ó Senhora, nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições e tentações, defende-nos do inimigo; e na hora da nossa morte, acolhe a nossa alma no paraíso. Amém”."
*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
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