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Maria com os ap¨®stolos no Cen¨¢culo Maria com os ap¨®stolos no Cen¨¢culo 

Maria depois da Ascens?o

"Nossa Senhora ¨¦ rainha porque Nosso Senhor ¨¦ Rei. Maria ¨¦ bendita entre todas as mulheres porque bendito ¨¦ o fruto de seu ventre, que ¨¦ Jesus, o Salvador. Maria ¨¦ proclamada bem-aventurada por todas as gera??es porque o nome de Deus ¨¦ santo e quis fazer dela o tabern¨¢culo e sacr¨¢rio do Alt¨ªssimo. N?o podemos negar a vontade de Deus. Assim foi do seu agrado. Imaculada ¨¦ Maria, pela gra?a de Deus, porque trouxe ao mundo o Imaculado, o Cordeiro que veio tirar todo o pecado do mundo."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

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¡°Sendo assim, na economia redentora da graça, actuada sob a acção do Espírito Santo, existe uma correspondência singular entre o momento da Incarnação do Verbo e o momento do nascimento da Igreja. E a pessoa que une estes dois momentos é Maria: Maria em Nazaré e Maria no Cenáculo de Jerusalém. Em ambos os casos, a sua presença discreta, mas essencial, indica a via do «nascimento do Espírito». Assim, aquela que está presente no mistério de Cristo como Mãe, torna-se ¨D por vontade do Filho e por obra do Espírito Santo ¨D presente no mistério da Igreja. E também na Igreja continua a ser uma presença materna, como indicam as palavras pronunciadas na Cruz: «Mulher, eis o teu Filho»; «Eis a tua Mãe». (Redemptoris Mater)¡±

No  de de 11 de fevereiro de 2018 da então Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (hoje Dicastério) sobre a celebração da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, no Calendário Romano Geral, é destacado que "a Mãe, que estava junto à cruz, aceitou o testamento do amor do seu Filho e acolheu todos os homens, personificado no discípulo amado, como filhos a regenerar à vida divina, tornando-se a amorosa Mãe da Igreja, que Cristo gerou na cruz, dando o Espírito. Por sua vez, no discípulo amado, Cristo elegeu todos os discípulos como herdeiros do seu amor para com a Mãe, confiando-a a eles para que estes a acolhessem com amor filial."

"Dedicada guia da Igreja nascente - lê-se ainda - Maria iniciou, portanto, a própria missão materna já no cenáculo, rezando com os Apóstolos na expectativa da vinda do Espírito Santo. Ao longo dos séculos, por este modo de sentir, a piedade cristã honrou Maria com os títulos, de certo modo equivalentes, de Mãe dos discípulos, dos fiéis, dos crentes, de todos aqueles que renascem em Cristo e, também, ¡°Mãe da Igreja¡±, como aparece nos textos dos autores espirituais assim como nos do magistério de Bento XIV e Leão XIII".

Dando sequência a sua série de reflexões sobre a Virgem Maria, no programa de hoje deste nosso espaço Pe Gerson Schmidt* nos fala sobre "Maria depois da Ascensão":

 

"Estamos refletindo os momentos fortes da Presença de Maria na história da Salvação, tal como fizeram os padres do Concílio Vaticano II no documento da , inserindo a Mariologia dentro da Eclesiologia, porque Maria é a imagem da Igreja, protótipo do verdadeiro cristão, pois ela foi ouvinte e guardiã da Palavra, pois realizou como discípula a vontade do Pai, como prometeu ao anjo Gabriel.

Tendo comentado os pontos anteriores, desde a Anunciação até a Paixão, hoje aprofundamos o tema de Maria depois da Ascensão de seu Filho ao céu. No número 59 da LG declara assim: ¡°Tendo sido do agrado de Deus não manifestar solenemente o mistério da salvação humana antes que viesse o Espírito prometido por Cristo, vemos que, antes do dia de Pentecostes, os Apóstolos «perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, Maria Mãe de Jesus e Seus irmãos» (At 1,14), implorando Maria, com as suas orações, o dom daquele Espírito, que já sobre si descera na anunciação. Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original (198), terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma (183) e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores (cfr. Apoc. 19,16) e vencedor do pecado e da morte (184)¡±.

O Concílio aponta aqui as verdades que já sabemos. Primeiro, que Maria estava em Pentecostes, suplicando o Espírito Santo, que a cobriu na anunciação, quando a sombra do Altíssimo gestou Jesus em seu ventre. Maria com os apóstolos reunidos no cenáculo quando o Espirito Santo desce sobre todos eles. Um segundo ponto que sugere esse parágrafo da LG é que Maria perseverava em oração, junto com os apóstolos e outras mulheres como está em Atos dos Apóstolos 1,14. Era mulher orante e participante da Igreja primitiva, como mãe da Igreja nascente. Terceiro ponto é que Maria é Imaculada, imune do pecado original. Imaculada significa ¡°sem mácula¡±, ¡°sem mancha¡±, sem pecado algum. E por ser Imaculada, um último ponto abordado nesse trecho é que Maria foi assunta aos céus e exaltada por Deus como Rainha. Nossa Senhora é rainha porque Nosso Senhor é Rei. Maria é bendita entre todas as mulheres porque bendito é o fruto de seu ventre, que é Jesus, o Salvador. Maria é proclamada bem-aventurada por todas as gerações porque o nome de Deus é santo e quis fazer dela o tabernáculo e sacrário do Altíssimo. Não podemos negar a vontade de Deus. Assim foi do seu agrado. Imaculada é Maria, pela graça de Deus, porque trouxe ao mundo o Imaculado, o Cordeiro que veio tirar todo o pecado do mundo.

As conferências dos bispos latino-americanos aconteceram para colocar o Concílio Vaticano II em prática, na realidade da América Latina. A última conferência foi a quinta que aconteceu em Aparecida do Norte, no Brasil. Cada conferência gerou um importante documento. Este último, o Documento de Aparecida, onde o cardeal Jorge Bergoglio teve participação efetiva, posteriormente se tornando o Papa Francisco. O então Cardeal Jorge Mário Bergoglio presidiu a comissão de redação do texto de Aparecida e seu conteúdo tem um vínculo amplamente reconhecido com o pontificado de Francisco.

Em 2021, a pedido do Papa, o CELAM iniciou uma ampla retomada continental desse Documento, que culminou num texto, intitulado ¡°Nossas dívidas com Aparecida: balanço 15 anos depois¡±. Neste documento, na perspectiva missionária, os bispos latino-americanos falam assim de Maria, no número 266: ¡°A máxima realização da existência cristã como um viver trinitário de ¡°filhos no Filho¡± nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (cf. Lc 1,45) e obediência à vontade de Deus (cf. Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus (cf. Lc 2,19.51), é a discípula perfeita do Senhor. Interlocutora do Pai em seu projeto de enviar seu Verbo ao mundo para a salvação humana, com sua fé Maria chega a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher livre e forte, emerge do Evangelho conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem estar livre da incompreensão e da busca constante do projeto do Pai. Alcançou, dessa forma, o fato de estar ao pé da cruz em comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da Aliança¡±(documento de Aparecida, 266). Portanto, Maria é colaboradora a gestar os filhos na fé, no renascimento espiritual dos discípulos. Por isso, recebe da Igreja o título de co-redentora."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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08 maio 2023, 08:19