Parolin: rezemos pela paz na Armênia, na ±«³¦°ùâ²Ô¾±²¹ e no mundo
Amedeo Lomonaco/Raimundo de Lima – Pope
"Oremos pela paz na Armênia, peçamos paz na Ucrânia e em no mundo inteiro. Todos somos chamados a renovar nosso compromisso diário de sermos instrumentos de paz". Esta foi a súplica feita durante a "Santa Missa pela paz na Armênia", presidida esta terça-feira, 25 de outubro, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, por ocasião do 30º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a República da Armênia e a Santa Sé.
O vínculo entre a Santa Sé e o povo armênio
Em sua homilia, o purpurado lembrou que no ano passado foi inaugurada a Nunciatura Apostólica em Yerevan, "um sinal importante de como a Santa Sé e a Armênia estão continuamente desenvolvendo suas relações de forma amistosa e séria em vários campos". Outro aspecto significativo das relações entre a Armênia e a Santa Sé é o "diálogo respeitoso entre a Igreja católica e a Igreja apostólica armênia". Este, disse o cardeal Parolin, foi um aspecto muito importante dos encontros do Papa Francisco com Karekin II, Catholicos e Patriarca supremo de todos os armênios. O vínculo especial entre a Santa Sé e o povo armênio, sublinhou o secretário de Estado, também é testemunhado pela concedida pelo Papa Francisco a Sua Beatitude Raphaël Bedros XXI Minassian, após sua eleição no ano passado como Patriarca da Cilícia dos Armênios.
Favorecer ventos de paz no Cáucaso
A paz é o dom mais desejado. "Na oração de hoje - disse o cardeal Parolin - somos guiados pelo grande Santo da Igreja armênia, São Gregório de Narek, cuja memória foi incluída pelo Papa Francisco no Calendário Geral Romano". O purpurado recordou em particular as palavras proferidas pelo Papa Francisco durante no âmbito da viagem apostólica à Armênia em 2016: "Nesta perspectiva, gostaria de evocar outra grande testemunha e artífice da paz de Cristo, São Gregório de Narek, a quem proclamei Doutor da Igreja. Ele também poderia ser chamado de ‘Doutor da Paz’. Assim ele escreveu naquele Livro extraordinário que eu gosto de pensar como a ‘constituição espiritual do povo armênio’: Lembrai-vos, (Senhor,...) aqueles da estirpe humana são nossos inimigos, mas para o bem deles: realizai neles o perdão e a misericórdia. (...) Não exterminai aqueles que me mordem: transformai-os! Extirpai a conduta terrena viciosa e radicai o bem em mim e neles" (Livro das Lamentações, 83:1-2)". "Hoje - acrescentou o cardeal Parolin -, confiamos nossa oração à intercessão da Santíssima Virgem Maria, Regina Pacis, venerada aqui como Salus Populi Romani". O purpurado enfatizou em seguida que estes dias está se realizando uma peregrinação com a venerável imagem de Nossa Senhora de Fátima no Cáucaso. Uma peregrinação para promover a reconciliação e "ventos de paz na região".
O povo armênio e a cruz
Em sua homilia, o cardeal Parolin também destacou que "a Armênia, com sua identidade, é fundada sobre uma sólida base de pedra, sobre a khatchkar", a cruz de pedra dos armênios "definida como um verdadeiro ícone da espiritualidade armênia". São João Paulo II, afirmou o secretário de Estado, referiu-se à nação armênia como o "povo da cruz", porque é na cruz que este povo se identificou. "O povo armênio - disse o Papa WojtyÅ‚a em 2000, durante uma audiência aos participantes da - conhece bem a Cruz: ele a carrega gravada em seus corações. É o símbolo de sua identidade, das tragédias de sua história e da glória de seu renascimento após cada acontecimento adverso".
Armênia terra de fé
"Não é surpreendente que os armênios sejam um povo de profunda fé". "Este grande país - disse o cardeal Parolin - sempre se distinguiu como a primeira nação a abraçar a fé cristã. Ao longo dos séculos, a fé cristã sustentou este grande povo, especialmente nos momentos difíceis de sua história". A Armênia, onde "nasceu a primeira civilização após o Dilúvio e onde a tradição nos diz que se encontrava o Jardim do Éden", é uma "bela terra montanhosa". "Que o Senhor faça da Armênia - disse por fim o purpurado em sua homilia - uma casa fundada sobre a rocha da Sabedoria divina. Que sua nobre nação desfrute da paz que deseja e que continue a se beneficiar de suas riquezas humanas, culturais e espirituais, de modo que a família das nações possa compartilhar cada uma delas".
As relações entre a Santa Sé e a Armênia
Também esteve presente na cerimônia na Basílica de Santa Maria Maggiore o ministro das Relações Exteriores da Armênia, Ararat Mirzoyan. Em 23 de maio passado, no 30º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a República da Armênia e a Santa Sé, houve uma troca de cartas entre o ministro Mirzoyan e o secretário das Relações com os Estados, o arcebispo Paul Richard Gallagher. O ministro armênio, referindo-se às relações baseadas nos mesmos valores cristãos, expressou a disposição de continuar os esforços conjuntos para implementar a agenda internacional e regional para uma paz duradoura e um desenvolvimento sustentável. O ministro armênio também expressou gratidão pela elevação de São Gregório de Narek à dignidade de Doutor da Igreja e pelas palavras do Papa Francisco durante seu Pontificado sobre o genocídio armênio. Por sua vez, o secretário das Relações com os Estados sublinhou que a recente abertura da Nunciatura Apostólica em Erevan é um importante testemunho da forma como a Santa Sé e a Armênia estão desenvolvendo relações amistosas e sinceras em diferentes esferas. Recordando as visitas bilaterais de alto nível, o arcebispo Gallagher lembrou, por fim, que é intenção da Santa Sé fortalecer ainda mais a cooperação com a Armênia, em particular para promover a justiça e a paz.
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