Krajewski: obrigado à s muitas famÃlias que acolhem refugiados ucranianos
Svitlana Dukhovych – Pope
Foi um dia de festa a fim de que as crianças se afastem dos traumas da guerra, de todas as guerras. "Façamos as pazes!" foi a exortação que no último sábado (08/10), na Basílica de Santa Sofia, em Roma, envolveu muitas crianças ucranianas e de outros países hoje em guerra. A iniciativa foi organizada pelo Ente moral Tabor e pela Associação Religiosa Santa Sofia. Centenas de pessoas participaram. Também esteve presente o esmoleiro do Papa, cardeal Konrad Krajewski, prefeito do Dicastério para o Serviço da Caridade.
Eminência, por que participou desta festa. Por que aceitou este convite para uma festa infantil?
Jesus diz que devemos ser como as crianças. Então há muito o que aprender aqui! Mas, eu não podia não aceitar porque são refugiados, são aqueles que precisam não só das nossas orações, mas também da nossa presença. Eles fugiram de seu país e aqui, mesmo na Itália, encontraram um acolhimento excepcional, e a Igreja deve estar entre eles.
Há pouco mais de uma semana, o senhor voltou da Ucrânia, onde viu o sofrimento do povo ucraniano. O que sente agora estando entre as pessoas que fugiram desses territórios?
Voltei ao Vaticano, mas estou na Ucrânia. Posso dizer que ainda não parti dali. Penso em todas as pessoas que sofrem, que lutam, que têm que deixar suas casas; penso nos doentes, penso também nos mortos, vi muitos em Izjum. Passei duas semanas na Ucrânia, mas, como disse, não saí da Ucrânia. Vi pessoas extraordinárias, também na Igreja que não deixaram seus fiéis, a Igreja latina, a greco-católica, a ortodoxa: todos unidos. E vi pessoas com grande esperança, com grande amor pela pátria. O que me tocou muito é que eu não vi ódio. As pessoas sofrem muito lá, não apenas os soldados, mas os civis que são mortos, os civis que tiveram que deixar seu país, suas casas. Eu disse tudo isso ao Santo Padre e ele todos os dias, quando faz discursos públicos, sempre reza pela Ucrânia, reza pelos refugiados de todo o mundo: ele faz o que Jesus faria.
O tema dessa festa foi "Façamos as pazes": obviamente é o desejo das crianças que querem viver uma vida normal, e a paz é uma condição indispensável para viver uma infância normal...
Nós roubamos essa paz delas: elas são inocentes. Os adultos, os grandes são responsáveis ​​por tudo o que acontece no mundo. Paz... devemos começar por nós mesmos, deve haver paz dentro de nós, e então podemos dá-la aos outros. Não funciona de outra forma. Por isso, gostaria de agradecer a muitas famílias, começando pelas dos países fronteiriços com a Ucrânia, até Itália, França, Alemanha, Portugal, Espanha, todas aquelas famílias que acolhem famílias ucranianas refugiadas em suas casas e lhes oferecem paz. Oferecem aquela paz que não podem encontrar em sua pátria: e isso é uma coisa linda. De um lado há a guerra, de outro há essa beleza que sai de nós, das famílias que acolhem. Podemos dizer que criam uma pequena Belém onde se pode nascer de novo, onde se pode crescer e onde se pode sair para levar essa paz.
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