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Cardeal Parolin em Kinshasa, 2 de julho de 2022 Cardeal Parolin em Kinshasa, 2 de julho de 2022  

Na RD do Congo assinados acordos Igreja-Estado: "Dia histórico"

Na sua viagem à República Democrática do Congo, o Cardeal Parolin presenciou com ministros e o presidente da Conferência Episcopal a assinatura de cinco acordos que definem o status legal da Igreja nas áreas de saúde, finanças, assistência pastoral, compromisso social. Parolin: "É um marco para uma pacífica e frutífera colaboração da Igreja com as autoridades civis"

Salvatore Cernuzio – Enviado em Kinshasa

Para a Igreja Católica na República Democrática do Congo, o dia 2 de julho de 2022 será lembrado como um "dia histórico". De fato, ontem à noite, em Kinshasa, foram assinados acordos específicos entre a Cenco (Conferência Episcopal da RD do Congo) e o governo, que reconhecem a própria natureza da Igreja, até agora registrada pelo Estado como uma associação sem fins lucrativos. A cerimônia foi realizada na presença do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, imediatamente após uma reunião privada de mais de meia hora com o Primeiro Ministro Jean-Michel Sama Lukonde, no escritório deste último.

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Parolin: "Início de uma colaboração mais intensa"

Em uma cerimônia muito concorrida no Salão de Conferências na sede do Primeiro-ministro, foi realizada a assinatura. "Este passo é a manifestação do desejo do presidente de expressar a honra de sua visita", disse o primeiro-ministro ao Cardeal Parolin. O Secretário de Estado do Vaticano, por sua vez, enfatizou que "o Acordo consolida a parceria que uniu a Igreja Católica e as autoridades políticas deste país durante séculos, a serviço de toda a população". "O interesse da Igreja, nestas relações com as autoridades civis, está essencialmente orientado para a colaboração para o desenvolvimento humano integral de todas as pessoas, sem distinções étnicas ou religiosas, e especialmente dos mais pobres e necessitados", observou o cardeal. E espera que o Acordo Estrutural não represente apenas "o fim de um longo processo, mas sim a pedra angular de uma nova colaboração, mais intensa e ordenada". Ou seja, "a colaboração pacífica e frutífera da Igreja com as autoridades civis e o justo reconhecimento de sua contribuição para o bem comum".


Cardeal Ambongo: " A partir de hoje tudo será mais fácil para nós"

Estas palavras foram ecoadas pelo Arcebispo de Kinshasa, Cardeal Fridolin Ambongo Besungu, que, à margem da cerimônia, comentou ao Pope "este é um dia histórico para a Igreja congolesa", que se esperava "há mais de seis anos". "A partir de hoje para nós tudo será mais fácil no campo da educação, saúde, trabalho social, por tudo o que fazemos pelos pobres, por todo o trabalho que temos feito há anos.

De fato, a Igreja na República Democrática do Congo faz muito pela população: administra mais ou menos 50% das escolas, principalmente de ensino fundamental; e 40% no campo da saúde. Até agora, porém, a Igreja estava registrada como uma ONG, uma organização não-governamental. "Mas a Igreja não é uma ONG, nunca esteve neste status". “O acordo", enfatizou o cardeal, "dá, portanto, um novo impulso. Se antes trabalhávamos, mas ninguém, a começar pelo bispo em sua diocese, sabia quais eram os direitos e deveres da Igreja para com o governo, a partir de hoje as coisas estão mais claras. E sabemos que todo o trabalho é feito dentro de uma legislação reconhecida pelo Estado".

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03 julho 2022, 12:27