Redes sociais: o discernimento dos pais reflete no uso por parte dos filhos
Andressa Collet - Pope
"Redes sociais: um 'ambiente' para os nossos filhos?", foi a única pergunta feita em painel durante o Congresso Teológico Pastoral, oportunidade em que os participantes do X Encontro Mundial das Famílias aprofundam os mais diferentes temas. O casal proveniente de Florianópolis/SC, Gustavo Huguenin e Fabíola Goulart, refletiu sobre o argumento indicando três caminhos para ajudar pais e filhos em relação aos desafios criados com o acesso à internet, em especial, às redes sociais: identidade, diálogo e testemunho.
Com uma bagagem que os qualifica a explorar o tema, já que os dois são comunicadores, ativos na área, inclusive dentro da Igreja e de eventos de caráter internacional, com as Jornadas Mundiais da Juventude, Gustavo explica sobre a importância dos pais compreenderam o ambiente digital em que vivem os filhos:
"Nós buscamos esse discernimento através de três palavras: identidade, diálogo e testemunho. Identidade de fortalecer quem nós somos, saber os nossos valores, o que nós carregamos e que vai ser como um escudo para os jovens e para as famílias estarem nas redes sociais; e talvez ouvirem vozes externas e não serem afetadas por elas. Diálogo para os pais saberem o que está acontecendo com os filhos; dos filhos ajudarem os pais a entenderem esse ambiente. E testemunho, dos pais também entenderem que os filhos podem ser uma presença de Deus nas redes; e que os amigos e os outros jovens que estão nas redes podem se inspirar nos seus filhos. Imagina se a gente não deixa nenhum filho dar esse testemunho de vida e de valores... serão ambientes sem valores também."
Cada família deve achar a própria resposta
A resposta à pergunta proposta pelo casal no painel veio com a reflexão de Fabíola ao encorajar as famílias ao discernimento, já que "não existe uma fórmula, mas cada família deve procurar a sua", comenta Fabíola:
"A gente deixou a resposta em aberto, mas ela é mais positiva. Na verdade, não tem como não ser um ambiente porque é inevitável que os filhos acabem acessando esse ambiente, ainda mais agora com o avanço cada vez maior das tecnologias. A gente tem é que aprender a conviver com isso, aprender a lidar com a crescente presença das redes na família. Então, como que a família faz isso? Não só refletir como que o meu filho está fazendo, mas se refletir também: como eu estou dando de testemunho, como eu uso, será que eu uso de uma maneira crítica as redes sociais ou eu quero forçar o meu filho a uma coisa que talvez nem eu esteja fazendo, talvez eu não esteja usando as redes sociais de modo crítico e de modo consciente, mas fico querendo regular a presença do meu filho e da minha filha nas redes..."
Cada família tem a liberdade de procurar e encontrar a própria resposta, enaltece Fabíola, ao dar uma indicação importante, porém:
"Inclusive a gente encerrou o painel dizendo que a oração é que nos ajudará a encontrar as respostas definitivas. Então, os três pontos chaves são de discernimento, mas, no final, é o Senhor que fala para cada família a realidade da sua família, a realidade do acesso à tecnologia que a família tem, naquele país que ela está inserida, naquela diocese que ela está inserida, porque é muito plural. Cada família deve achar a sua própria resposta. Mas esses caminhos podem ajudar nesse discernimento e, nesse primeiro momento, tirar um pouco o medo de avançar para esse areópago digital e moderno que Papa João Paulo II já apresentava lá em 92 (Redemptoris Missio 37)."
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