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Agricultores egípcios colhem trigo na vila de Bamha, perto da cidade de al-Ayyat, na província de Gizé, cerca de 60 quilômetros ao sul da capital, em 17 de maio de 2022. (Foto de Khaled DESOUKI / AFP) Agricultores egípcios colhem trigo na vila de Bamha, perto da cidade de al-Ayyat, na província de Gizé, cerca de 60 quilômetros ao sul da capital, em 17 de maio de 2022. (Foto de Khaled DESOUKI / AFP) 

Caritas Internationalis: evitar o risco de uma crise alimentar

No Dia Mundial contra a Fome, a Confederação Internacional fundada em 1951 por desejo do Papa Pio XII, lembra que cerca de 276 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar aguda.

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Celebra-se, neste dia 28 de maio, o “Dia Mundial contra a Fome”. Para a ocasião, a Caritas Internationalis divulgou um comunicado no qual “denuncia o dramático aumento da fome no mundo devido à crise climática, ao impacto da Covid-19 e aos conflitos; destaca, de modo particular, a guerra na Ucrânia, que está causando consequências terríveis no mundo inteiro, sobretudo no que diz respeito à segurança alimentar.

Portanto, a Caritas convida os governos e as principais partes interessadas a comprometer-se, em todos os níveis, para a implementação de estratégias para uma retomada sustentável, diante dos impactos das mudanças climáticas e dos conflitos, a fim de melhorar a resiliência da cadeia de abastecimento alimentar e evitar os altos índices da fome.

No mundo, diz o comunicado da Caritas, cerca de 276 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar aguda, enquanto 811 milhões de pessoas passam fome. Nas regiões do Sahel e do Chifre da África, milhões de pessoas enfrentam a seca e a fome, enquanto na Etiópia, Quênia e Somália cerca de 15 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar imediata, por causa da seca. Na Venezuela, onde a desnutrição infantil aumentou para 26%, durante a pandemia da Covid-19, cerca de 10 milhões de pessoas padecem por insegurança alimentar e quase 100% da população vive na miséria, sobrevivendo com menos de 3 dólares por dia. Na Síria, mais de 55% da população sofre por falta de alimentos. O número de crianças sírias desnutridas, ou seja, mais de 6,5 milhões, aumentou 7% no ano passado.

Por isso, a Caritas Internationalis está promovendo uma série de programas e iniciativas comunitárias no mundo, de modo especial no Sul do globo terrestre, para enfrentar os inúmeros fatores, que causam fome, pobreza, instabilidade sociopolítica, conflitos, dando oportunidades de trabalho decente, diante das injustiças e mudanças climáticas.

As Caritas locais e nacionais trabalham para a formação de agricultores em agroecologia e o crescimento das economias das comunidades locais, enfrentando os fatores que prejudicam a segurança alimentar e a coesão social, em particular em Burkina Faso, fornecendo alimentos e acesso a serviços sociais e econômicos para melhorar a inclusão.

A Caritas também facilitou o acesso a informações e serviços para pequenos agricultores, para melhorar a produção, produtos sustentáveis ​​e alimentos nutricionais.

A Caritas está organizando e promovendo ainda uma série de iniciativas micro financeiras, projetos de hortas comunitárias, pesca, colmeias e criação de porcos e cabras em acampamentos bengaleses.

O secretário-geral da Caritas Internationalis, Aloysius John, afirma: “Para evitar o risco iminente de uma crise alimentar global sem precedentes, são necessárias urgentes soluções sustentáveis​, ​em longo prazo, e forte determinação política, para se enfrentar as raízes de nosso sistema alimentar injusto, que desencadeia a fome”.

O Secretário-Geral da Caritas fala também sobre o papel central que as comunidades locais podem desempenhar diante das mudanças e a superação dos problemas concernentes à segurança alimentar e à fome no mundo: “Um mundo sem fome é possível se as pessoas forem motivadas e encorajadas a se tornar artesãos ativos da produção de alimentos”.

Em sua encíclica “Fratelli Tutti”, o Papa Francisco recorda: "Milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Toneladas de comida são jogadas no lixo. Isso constitui um verdadeiro escândalo. A fome é um crime, a alimentação é um direito inalienável".

Com base nestas palavras, por ocasião do “Dia Mundial contra a Fome”, a Caritas Internationalis exorta os líderes mundiais e os responsáveis políticos a: dispensar mais fundos para programas que fortaleçam a resiliência das comunidades, diante dos fatores que causam a fome, incluindo conflitos, degradação ambiental e sistemas de eu má governação; fortalecer os diálogos políticos e transparência sobre as causas da fome; dar prioridade a programas em prol dos mais pobres e marginalizados; promover a adoção de práticas sustentáveis ​​para uma agricultura ecológica e sustentável e a agroecologia; e, enfim, criar estratégias de recuperação sustentável com base nas mudanças climáticas e nos conflitos, para melhorar a resiliência no abastecimento alimentar e evitar altos índices da fome.

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28 maio 2022, 10:46