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Foto de arquivo de uma das audiências do julgamento do Tribunal Vaticano sobre a gestão de fundos da Santa Sé Foto de arquivo de uma das audiências do julgamento do Tribunal Vaticano sobre a gestão de fundos da Santa Sé

Vaticano. Julgamento adiado para janeiro. Pignatone: "Somos um canteiro aberto"

A quinta audiência no caso relativo a supostos delitos financeiros envolvendo fundos da Secretaria de Estado durou dez minutos. Os promotores da Justiça explicam que apenas um dos quatro investigados, dos quais tinha sido adiado o julgamento, colocou-se à disposição para interrogatório: "Até 20 de janeiro depositaremos os documentos". O presidente do Tribunal: "Em fevereiro começaremos"

Salvatore Cernuzio – Pope

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Dez minutos, das 9h50 às 10h em ponto. Foi quanto durou a audiência da manhã desta terça-feira (14/12) - a quinta audiência desde 27 de julho - do julgamento no Vaticano na sala multifuncional dos Museus Vaticanos sobre o suposto uso ilícito de fundos da Santa Sé. "É claro que estamos em um canteiro aberto", iniciou o presidente do Tribunal vaticano, Giuseppe Pignatone, fixando a próxima sessão para 25 de janeiro de 2022, ao meio-dia, dia em que talvez seja possível comunicar uma data para as intimações para julgamento ou arquivamento eventualmente apresentadas pelo Promotor de Justiça sobre os quatro investigados dos quais tinha sido adiado o julgamento, uma vez que não haviam sido interrogados na fase preliminar.

Recomeçar "do zero"

Após meados de fevereiro, espera-se "finalmente" - sublinhou Pignatone - proceder à reunificação das duas "seções" do processo: "Tudo será abordado do zero, à luz do que há de novo", disse o presidente do Tribunal vaticano, explicando que dentro de dois meses a intenção é "iniciar a questão", chegando assim ao coração de um julgamento que está estagnado em conflitos processuais desde julho.

Adiamento para 25 de janeiro

O adiamento desta terça-feira é motivado pelo fato de que "até hoje, apenas um dos investigados convidados a comparecer respondeu à convocação e se colocou à disposição para interrogatório", explicou o promotor de Justiça aplicado, Gianluca Perone. Ele também disse que "se espera apresentar novos pedidos de adiamento para julgamento ou arquivamento até 20 de janeiro". Na ausência destes documentos "não podemos fazer nada além de adiar", respondeu o presidente Pignatone, fixando a data para a próxima audiência em 25 de janeiro. "Uma audiência - disse ele - mais uma vez de mero trânsito. Espero que seja a última."

Nota do Promotor de Justiça

Perone também anunciou que na manhã desta terça-feira entregou na audiência um memorando indicando as referências e a localização exata dos papéis que a defesa acredita estarem faltando. Em uma nota emitida no final da audiência, o promotor aplicado explica com mais detalhes: "Ao expressar apreço pela dialética comum entre as partes, acusação e defesa, que confirma a solidez do sistema de julgamento, reitera-se que todos os documentos que são fontes de prova foram depositados e podem ser encontrados nos registros do julgamento. Até hoje, entretanto, nenhum dos réus pediu para ver as cópias forenses".

"Até meados de janeiro de 2022, o Gabinete do Promotor de Justiça – lê-se na nota - concluirá o suplemento de atividades em conformidade com as disposições da Ordem do Tribunal de 6 de outubro e, com base nas investigações realizadas e na documentação adquirida, fará as determinações consequentes em relação aos pedidos de citação a julgamento ou arquivamento para as acusações objeto da Ordem".

Transcrição dos interrogatórios áudio-vídeo

Dos seis réus restantes - dos dez iniciais - somente o cardeal Giovanni Angelo Becciu esteve presente no Tribunal. No início da audiência, Pignatone anunciou que havia ordenado a transcrição dos interrogatórios de áudio-vídeo gravados dos réus no julgamento "como foi em julho". Em primeiro lugar, o de monsenhor Alberto Perlasca, na época dos fatos chefe do escritório administrativo da primeira seção da Secretaria de Estado, agora considerado a "testemunha-chave". O prazo é 10 de janeiro próximo, dia em que os arquivos de Perlasca serão depositados, seguido dos outros nove "mais curtos". Luigi Panella, advogado do financeiro Enrico Crasso, pediu a possibilidade de nomear um consultor técnico para participar do trabalho de transcrição; uma possibilidade não prevista, porém, pelo Código em vigor no Estado da Cidade do Vaticano.

A posição de Torzi

Ambra Giovene, a advogada do corretor Gianluigi Torzi, também interveio em nome da defesa, reiterando a questão do legítimo impedimento de seu cliente: "Ele não está detido, mas não pode vir da Inglaterra para a Itália, ele tem vínculos na Grã-Bretanha". Dias atrás, um juiz inglês deu o primeiro sinal verde para a extradição de Torzi, que está sendo investigado pelo Ministério Público de Roma pelos crimes de autolavagem de dinheiro, emissão e registro de faturas para transações inexistentes.

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14 dezembro 2021, 14:47