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Abertura da Porta Santa na Catedral de Bangui, em 29 de novembro de 2015 Abertura da Porta Santa na Catedral de Bangui, em 29 de novembro de 2015  

A Igreja como uma casa de portas abertas

¡°[A Igreja] N?o pretende disputar poderes terrenos, mas oferecer-se como ?uma fam¨ªlia entre as fam¨ªlias ¨C a Igreja ¨¦ isto ¨C, dispon¨ªvel (¡­) para testemunhar ao mundo de hoje a f¨¦, a esperan?a e o amor ao Senhor mas tamb¨¦m ¨¤queles que Ele ama com predile??o. Uma casa com as portas abertas... A Igreja ¨¦ uma casa com as portas abertas, porque ¨¦ m?e?" (Papa Francisco)

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

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¡°As Igrejas devem ter sempre as portas abertas, porque este é o símbolo do que é uma Igreja: sempre aberta¡±. A afirmação é do Papa Francisco - Catequese sobre os Atos dos Apóstolos) que em não poucas oportunidades durante seu Pontificado insistiu na necessidade de uma Igreja aberta, acolhedora, ¡°em saída¡±, que viva ¡°o diálogo, a escuta e o encontro com os irmãos na fé e com aqueles que estão distantes, para saborear e manifestar a fecundidade da Igreja, chamada a ser em cada época «mãe jubilosa» de muitos filhos¡±.

No programa passado, padre Gerson Schmidt* nos apresentou a reflexão ¡°Igreja como uma casa¡±, ou seja, um ¡°espaço de encontro¡±, encontro com Deus, que é intermediado pelo encontro com o irmão. Mas também um local de ternura e proximidade. Hoje, o sacerdote gaúcho enriquece ainda mais este tema, falando sobre ¡°A Igreja como uma casa de portas abertas¡±:

"Refletimos no programa passado a imagem da Igreja como casa, referendando a constituição dogmática , no número 06, que diz: ¡°A Igreja é também muitas vezes chamada construção de Deus (1 Cor. 3,9). (...) Esta construção recebe vários nomes: casa de Deus (1 Tim. 3,15), na qual habita a Sua «família»; habitação de Deus no Espírito (cfr. Ef. 2, 19-22); tabernáculo de Deus com os homens (Apoc. 21,3)¡± (LG, 6).

 

Hoje damos mais um passo, pensando a Igreja como uma casa de portas abertas. Na Carta Encíclica , a Papa utiliza esse termo ¡°casa aberta¡±: ¡°A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Um dos sinais concretos desta abertura é ter, por todo o lado, igrejas com as portas abertas. Assim, se alguém quiser seguir uma moção do Espírito e se aproximar à procura de Deus, não esbarrará com a frieza duma porta fechada... (EG,47).

Na Carta Encíclica , o Papa Francisco se utiliza do termo ¡°família¡± e novamente da Igreja como ¡°Casa de portas abertas¡±. Escreve assim o Papa: ¡°[A Igreja] Não pretende disputar poderes terrenos, mas oferecer-se como «uma família entre as famílias ¨C a Igreja é isto ¨C, disponível (¡­) para testemunhar ao mundo de hoje a fé, a esperança e o amor ao Senhor mas também àqueles que Ele ama com predileção. Uma casa com as portas abertas... A Igreja é uma casa com as portas abertas, porque é mãe». E como Maria, a Mãe de Jesus, «queremos ser uma Igreja que serve, que sai de casa, que sai dos seus templos, que sai das suas sacristias, para acompanhar a vida, sustentar a esperança, ser sinal de unidade (¡­) para lançar pontes, abater muros, semear reconciliação».

Essa expressão ¡°sair da sacristia¡± parece ser bem conhecida por nós e de fácil compreensão. Trata-se desta Igreja em saída, que não pode simplesmente ficar tocando o sino e esperando o povo chegar, mas ir em busca, para levar a Boa Nova adiante, numa ação decididamente missionária, como pede o Documento de Aparecida. A Igreja como casa é vista como lugar das famílias, com amor especial e ternura de quem coloca uma ovelha ferida no colo. As famílias como sujeitas na ação missionária podem alargar o horizonte do seu lar, ampliando as dimensões do coração aos demais.

As novas Diretrizes da CNBB[1], válidas até o ano de 2023, apresentam o terceiro capítulo do documento 109 da Igreja no Brasil com o título ¡°A Igreja nas casas¡±. Esse terceiro capítulo, ¡°A Igreja nas Casas¡±, apresenta a ideia de casa, entendida como ¡°lar¡± para os seus habitantes, acentua as perspectivas pessoal, comunitária e social da evangelização, e insere no espírito da , a perspectiva ambiental. Essa casa é a comunidade eclesial missionária que, por sua vez, é sustentada por quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. O quarto capítulo, cujo título é ¡°A Igreja em Missão¡± apresenta encaminhamentos práticos de ação para cada um desses quatro pilares."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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[1] Documentos da CNBB 109, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2013, Edições CNBB,  73 a 123. 

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22 dezembro 2021, 07:23