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Doação do Papa chega à Bósnia para dar dignidade aos refugiados de Lipa

Os recursos de Francisco serão destinados à construção de estruturas no campo de acolhimento para refugiados em Lipa, noroeste da Bósnia e Herzegovina, a poucos quilômetros da fronteira com a Croácia. Na manhã desta quinta-feira (1), teve o lançamento da pedra fundamental na presença do núncio, dom Luigi Pezzuto: "é um sinal da proximidade de Francisco ao drama de tantos migrantes, aos quais seria necessária a solidariedade de todos os países".

Benedetta Capelli e Andressa Collet - Pope

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Uma intervenção humanitária para dar dignidade àqueles que vivem no campo de refugiados de Lipa, abalado nas últimas horas pela morte de um migrante e pelas desordens que se seguiram. Esse é o significado das iniciativas promovidas pela Nunciatura Apostólica da Bósnia e Herzegóvina, graças à doação do Papa Francisco.

Os recursos do Pontífice serão utilizados para realizar 2 espaços multiuso e de refeitórios para acolher famílias e menores alojados no acampamento permanente em Lipa, atualmente em construção. Na manhã desta quinta-feira (1) aconteceu a cerimônia de lançamento da pedra fundamental na presença do núncio apostólico na Bósnia e Herzegóvina, dom Luigi Pezzuto. A Caritas diocesana de Banja Luka, a Caritas Ambrosiana e o Instituto de Paz, Desenvolvimento e Inovação (Ipsia) da ONG Acli também contribuíram para a construção e gestão das estruturas.

Em entrevista ao Pope, dom Pezzuto conta que esse novo gesto do Papa Francisco não é o primeiro. "Já construímos e inauguramos, no mês de outubro, dois pequenos centros onde as crianças podem ‘humanizar’ e brincar em espaço coberto porque, claro, no inverno, aqui faz muito frio, sendo uma área de montanha". Lugares, acrescenta o prelado, que não servem só de abrigo, mas ajudam a criar harmonia e, insiste, em “humanizar” entre os migrantes.

Isso porque ainda no dia anterior a polícia teve que intervir após a descoberta de um corpo sem vida de uma pessoa, talvez um suicídio. Os oficiais foram recebidos com pedras. Mais tarde, após alguns controles, foram encontrados 255 migrantes, a maioria afegãos e paquistaneses alojados em acomodações improvisadas, que após foram transferidos para o centro de Lipa. Entre eles, vários menores não acompanhados.

Um chamado à solidariedade internacional

A rota dos Bálcãs é uma das principais de entrada na Europa para migrantes e requerentes de asilo. Durante os últimos 5 anos, centenas de milhares de pessoas fugiram dos seus países devido ao perigo, guerra ou à perseguição. A partir de 2018, a passagem por essa rota muitas vezes termina na Bósnia e Herzegovina, onde estimativas falam de cerca de 9 mil migrantes e requerentes de asilo, a maioria deles acolhidos em acampamentos. São famílias inteiras, homens, jovens e menores não acompanhados.

Ainda segundo dom Pezzuto, são pessoas que, ao viver melhor materialmente, acabam suavizando “também as relações e as reações de vida, fruto de tantos anos de sofrimento e de viagens que fizeram enquanto esperavam encontrar um lugar de refúgio". Várias vezes nas palavras do núncio o termo "humanizar" é recorrente, uma referência também aos pronunciamentos do Papa Francisco que várias vezes se expressou sobre as condições dos migrantes.

“As pessoas que vivem aqui são prisioneiras que gostariam de sair, mas tudo ao redor está fechado. Precisamos da solidariedade de todos os Estados para que haja uma distribuição justa nos diversos lugares e países.”

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01 julho 2021, 14:22