Crise em Mianmar: apelo de Dom Jurkovič pela paz e a justiça social
Isabella Piro
“Desde a sua Visita Apostólica ao Mianmar, em 2017, o Papa Francisco manteve grande carinho por aquela população”: assim Dom Ivan Jurkovič iniciou seu discurso, durante a 29ª Sessão especial do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, dedicada ao país asiático, que passa por um momento delicado.
Nestes dias, disse o Arcebispo, a Santa Sé está acompanhando com grande atenção e profunda preocupação os desdobramentos da situação crítica surgida no país.
Em 1º de fevereiro, um golpe de estado militar destituiu o governo da Liga Nacional para a Democracia, liderada por Aung Suu Kyi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz. Numerosos protestos da população, pelas ruas de várias cidades do país, desafiaram a proibição dos policiais, que utilizaram canhões de água e gás lacrimogêneo para dissipar a multidão.
Neste contexto, a Santa Sé, reiterou o Arcebispo Ivan Jurkovič, “quer assegurar, mais uma vez, a sua proximidade espiritual, oração e solidariedade com o povo de Mianmar”.
Diálogo e respeito da dignidade humana
O Observador Permanente da Santa Sé manifestou a sua esperança de que “os responsáveis pelo país se coloquem, com sincera boa vontade, a serviço do bem comum, dos direitos humanos e civis fundamentais, a fim de promover a justiça social, a estabilidade nacional e a convivência harmoniosa, democrática e pacífica”. Ao exortar as partes envolvidas a "deixar de lado tudo o que impede o indispensável processo de diálogo e respeito mútuo da dignidade humana", o Arcebispo fez um apelo, em nome da Santa Sé, para "uma resolução pacífica e rápida das tensões em curso", reafirmando que "somente um maior diálogo pode levar à paz tão desejada".
Apelos do Papa
O Arcebispo Jurkovič recordou a alocução dominical do Papa Francisco, durante o Angelus de 7 de fevereiro passado, ao término da qual o Pontífice expressou sua "proximidade espiritual, oração e solidariedade com o povo de Mianmar"; pediu aos líderes do país "disponibilidade sincera para servir ao bem comum, promover a justiça social e a estabilidade nacional para uma convivência democrática harmoniosa”.
No dia seguinte, 8 de fevereiro, ao receber em audiência, no Vaticano, o Corpo diplomático junto à Santa Sé, o Santo Padre manifestou sua esperança por uma “rápida libertação” dos líderes políticos, presos em Mianmar, como “sinal de encorajamento e de diálogo sincero pelo bem do país".
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