Cristãos e hinduístas: positividade e esperança durante e depois da Covid-19
Mariangela Jaguraba - Pope
“Em meio às dificuldades da pandemia da Covid-19, que esta festa significativa possa remover as nuvens do medo, da ansiedade e de todo receio e encher as mentes e os corações com a luz da amizade, da generosidade e da solidariedade.”
Este é um trecho da mensagem do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, enviada aos hinduístas por ocasião da festa do Deepavali, assinada pelo presidente do organismo vaticano, cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, e pelo secretário, mons. Indunil Kodithuwakku Janakaratne Kankanamalage.
“Cristãos e hinduístas: reacendamos um clima positivo e de esperança durante a pandemia da Covid-19 e depois dela” é o tema da 25ª mensagem para a festa do Deepavali, que este ano será celebrada em 14 de novembro. Deepavali significa literalmente “fileira de lâmpadas de óleo” e recorda, segundo a tradição, a vitória da luz sobre as trevas, da verdade sobre a mentira, da vida sobre a morte e do bem sobre o mal.
Colaboração para o bem de toda a humanidade
Segundo o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, essas mensagens “visam reconhecer, preservar e cultivar as coisas boas presentes nas duas tradições religiosas e em nossos patrimônios espirituais. Embora este seja apenas um pequeno passo em direção ao respeito e à cooperação inter-religiosa, ao longo dos anos estas mensagens contribuíram para a promoção do diálogo e da harmonia hinduísta e cristã em vários níveis. Continuamos esta nobre tradição com a intenção de moldar, incentivar e aprofundar as relações recíprocas entre hinduístas e cristãos como instrumento de colaboração para o nosso bem e o de toda a humanidade”.
“Este ano, na esteira da pandemia da Covid-19, queremos partilhar com vocês algumas reflexões sobre a necessidade de encorajar um espírito positivo e esperança para o futuro, mesmo diante de obstáculos aparentemente intransponíveis, desafios socioeconômicos, políticos e espirituais, e ansiedade, incerteza e medo generalizados. Os nossos esforços neste sentido se baseiam na convicção de que Deus, que nos criou e nos sustenta, não nos abandonará. Mas um incentivo ao otimismo pode parecer pouco realista para aqueles que perderam entes queridos, ou seus empregos, ou ambos.”
Esperança e o sentido de positividade
“A esperança e o sentido de positividade mais ousados correm o risco de se dissipar nas situações trágicas causadas pela atual pandemia e suas graves consequências na vida cotidiana, na economia, na saúde, na educação e nas práticas religiosas. Porém, é a confiança na Providência Divina que nos inspira otimismo e vontade de trabalhar para reacender a esperança em nossas sociedades”, ressalta ainda a mensagem do organismo vaticano.
Segundo o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, “a pandemia trouxe numerosas mudanças positivas em nossa maneira de pensar e viver, embora no mundo inteiro tenha causado sofrimento e confinamento que alteraram o curso normal da vida. Experiências de sofrimento e um senso de responsabilidade recíproca uniram as nossas comunidades na solidariedade e preocupação, em atos de gentileza e compaixão para com os que sofrem e passam necessidade. Estes sinais de solidariedade nos fizeram apreciar mais profundamente a importância da coexistência, a pertença recíproca e a necessidade que temos uns dos outros para o bem-estar de todos e de nossa Casa comum. Como o Papa Francisco observou, «a solidariedade hoje é o caminho para um mundo pós-pandemia, para a cura de nossas doenças interpessoais e sociais». É «uma estrada para sairmos melhores da crise»”.
Difundir «o contágio da esperança»
O organismo vaticano afirma que “as nossas respectivas tradições religiosas nos ensinam a permanecer numa atitude positiva e esperançosa mesmo na adversidade. Prestando atenção às tradições e aos ensinamentos religiosos, podemos lutar em meio à crise global para difundir o que o Papa Francisco gosta de chamar de «o contágio da esperança» com gestos de cuidado, afeto, gentileza e compaixão, que são mais contagiosos do que o próprio coronavírus”.
A mensagem se conclui, convidando cristãos e hinduístas “a se unirem a todas as pessoas de boa vontade para construir uma cultura de positividade e esperança no coração de nossas sociedades, não apenas nestes dias difíceis, mas também no futuro que está por vir”.
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