Urba¨½czyk ¨¤ OSCE: unir esfor?os para prevenir o tr¨¢fico de pessoas
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¡°O tráfico de seres humanos e outras formas contemporâneas de escravidão são um problema mundial que deve ser levado a sério pela humanidade como um todo¡±: com essas palavras, o observador permanente da Santa Sé junto à OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa), Mons. Janusz Urba¨½czyk, abriu esta quinta-feira (15/10) seu discurso na reunião de nº 1285 do Conselho permanente do órgão, centralizada na luta contra o tráfico de seres humanos.
Manifestando apreço pela chamada ¡°abordagem 4P¡± implementada pela OSCE ¨C ou seja, procedimento penal, proteção, prevenção e parceria ¨C, o prelado polonês lembrou, todavia, que ¡°no mundo há mais de 40 milhões de vítimas de tráfico ou exploração, das quais 10 milhões de jovens menores de 18 anos¡± e que ¡°uma criança em cada vinte, com menos de 8 anos, é vítima de exploração sexual¡±.
São dados particularmente preocupantes, afirmou Mons. Urba¨½czyk, diante dos quais é ¡°ainda mais preocupante que apenas alguns traficantes sejam processados pela justiça penal¡±, o que acrescenta ¡°ao dano sofrido pelas vítimas, a injúria¡± de não receber justiça.
Tráfico de pessoas e órgãos agravado por conflito e pandemia
Outro setor alarmante, disse o observador permanente, é o do tráfico de órgãos, ¡°uma forma subestimada de tráfico¡±, mas ¡°muito difundida¡±: por isso, ¡°é necessário um procedimento acordado e concreto para alertar os profissionais, autoridades e órgãos competentes na matéria¡±.
¡°Os profissionais da saúde e as autoridades ¨C reiterou o prelado ¨C não podem mais fechar os olhos sobre a necessidade de regulamentar as viagens para transplantes e prevenir e combater os crimes a eles relacionados¡±.
Daí, o chamado a ¡°unir os esforços para prevenir eficazmente o tráfico de seres humanos, começando a enfrentar¡± suas causas primárias. Efetivamente, nos últimos anos, ¡°conflitos armados e migrações forçadas¡± agravaram o fenômeno, e mais ainda:
¡°A atual pandemia da Covid-19, com os bloqueios e restrições impostos em muitos países, permitiu que os criminosos transformassem ainda mais o tráfico de pessoas num negócio crescente na Internet¡±, disse o representante da Santa Sé.
Por trás das estatísticas, há rostos e histórias para contar
Diante deste cenário dramático, a prioridade indicada por Mons. Urba¨½czyk é ¡°garantir o acesso à proteção social, à educação, ao trabalho, à saúde e ao sistema judicial¡±, pois a falta ou insuficiência destes ¡°bens sociais importantes¡± é muitas vezes explorada pelos traficantes ¡°para recrutar novas vítimas¡±.
Ao mesmo tempo, o observador permanente exortou a fornecer aos sobreviventes ¡°serviços de saúde física e mental, educação, programas de formação e oportunidades de trabalho¡± para que possam encontrar ¡°um novo começo e uma proteção legal contra aqueles que poderiam forçá-los a voltar à escravidão¡±.
Naturalmente, explicou o prelado, ¡°em todas as medidas que são tomadas, deve-se ter em mente que as vítimas e os sobreviventes são seres humanos e devem sempre se sentir tratados com dignidade e respeito¡±: de fato, por trás dos números apresentados há ¡°rostos, nomes, histórias para contar¡±.
Papa Francisco: ¡°Tráfico, uma vergonha para a humanidade¡±
Por fim, Mons. Urba¨½czyk concluiu sua intervenção citando uma passagem da : ¡°O tráfico de pessoas é uma vergonha para a humanidade que a política internacional não deveria continuar tolerando ¨C não se ficando por discursos e boas intenções. Trata-se daquele mínimo que não se pode mais adiar¡± (189).
Pope - IP/RL
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