Igreja católica é aliada de indígenas e refugiados na luta contra o coronavírus
Andressa Collet - Pope
A pandemia tem revelado ainda mais o trabalho dos católicos nos recantos mais pobres do mundo, seja nas aldeias da Amazônia ou nos alojamentos de imigrantes e campos de refugiados em diferentes partes do mundo. A Igreja, em muitos casos, acaba se transformando numa instância essencial para defender os mais vulneráveis do coronavírus. No Brasil, “é uma importante e ativa aliada das organizações dos povos indígenas”, afirma Pe. Ron Macdonell, da Sociedade de Scarboro para as Missões Estrangeiras.
A Cáritas de Bangladesh, por exemplo, conseguiu autorização para entrar no maior campo de refugiados do mundo, que fica em Bazar em Cox. Os voluntários distribuíram kits de higiene, fizeram a manutenção dos sanitários partilhados e o monitoramento da situação local da pandemia.
Essas são algumas das boas práticas da Igreja católica – através de organizações, congregações religiosas e igrejas locais que respondem à crise – que constam no último pela Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano. O serviço é oferecido em 5 línguas, além do português, em italiano, espanhol, inglês e francês; e procura sempre noticiar iniciativas recebidas e desenvolvidas em todo o mundo. Basta enviar o material para o .
Organizações católicas em resposta à crise
Na Jordânia, a Comissão Católica Internacional das Migrações (ICMC) presta assistência remota aos refugiados e à população vulnerável, em conformidade com as orientações do governo. Na região autônoma de Macau, a Cáritas distribui alimentos e cheques aos trabalhadores migrantes, na sua maioria, filipinos e indonésios, que não puderam regressar ao país de origem pelas restrições nas fronteiras. Além de apoiar localmente 3 mil pessoas, a Cáritas Macau enviou cerca de 72 mil euros para ajudar trabalhadores migrantes em Portugal, Itália, Irã e Índia.
A Igreja local em atuação
Os bispos da Venezuela e da Colômbia, para incentivar a hospitalidade nas fronteiras por onde os migrantes venezuelanos regressam ao país, promovem a campanha “Não me pesa, é meu irmão”. No México, a Casa do Migrante Monsenhor Guillermo Ramsauer González, em Oluta, administrada pela Igreja católica, se transformou num espaço seguro para combater a Covid-19 e também a xenofobia. O abrigo acolhe migrantes da América Central e do Sul. Já em Nuevo Laredo, é a Casa do Migrante Nazaré, dos missionários Scalabrinianos, que recebe os deportados dos Estados Unidos para não se tornarem vítimas do coronavírus e do crime organizado.
Iniciativas de outras congregações religiosas, como dos Jesuítas na África Central e dos Salesianos na Espanha também constam no último boletim semanal da Seção Migrantes e Refugiados do Vaticano.
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