Papa incentiva artistas a contar o mundo com criatividade em tempos de pandemia
Andressa Collet, Debora Donnini – Cidade do Vaticano
A intenção de oração desta segunda-feira (27) do Papa Francisco, na missa diária na Casa Santa Marta, foi dedicada aos artistas e ao caminho da beleza e da criatividade que podem ajudar neste momento difícil caracterizado pela pandemia do Covid-19:
O ator italiano de teatro e cinema, Giovanni Scifoni, ficou bastante impressionado pelo pensamento do Papa e disse que a categoria sabe realmente externar a criatividade nos momentos de crise, indicando o caminho a ser seguido. Giovanni refletiu sobre “a busca do sentido” e de como os artistas podem conduzir a “essa beleza e sentido de palpitação do coração”, porque o artista consegue dar sentido às coisas:
“O artista – e poderia estar em todo o homem o ‘ser artista’ – sabe colocar pra fora a criatividade também nos momentos de crise, ou melhor, sobretudo nos momentos de crise. Eu procurei, de qualquer forma, contar através das redes sociais esse período tão dramático. Para mim, foi uma fonte de grande motivação. Uma coisa importante poderia ser utilizar o tempo que se tem à disposição para criar alguma coisa bonita. Qual criatividade podemos externar? Hoje, agora, o que podemos fazer deste mundo, assim como está, com a pandemia? Neste período, vi tantos artistas que conseguiram contar este mundo, essa situação, de maneira criativa. Se essa criatividade própria dos artistas fosse contaminada também no mundo da política, no mundo de quem deve dar soluções, não seria mau: servem soluções muito criativas.”
Giovanni, de família católica, foi autor e condutor de um programa do canal católico italiano TV2000, intitulado, “Beati voi”. O ator, que canaliza a atenção sobretudo da juventude, sendo muito ativo nas redes sociais, foi escolhido pelo Papa para apresentar uma das noites de abertura do Sínodo dos Jovens, no Vaticano, em 7 de outubro de 2018. Na oportunidade, o ator conseguiu divertir o Pontífice. Fazer sorrir também é importante:
“A gente dá risada por identificação, porque nos sentimos semelhantes. Então, a semelhança faz fraternidade que gera afeto e risada. O cômico também tem uma função moral: aquela de corrigir os costumes, rindo.”
Os problemas do mundo artístico
O ator também abordou as dificuldades vividas pelo mundo artístico neste período de pandemia porque, na maior parte dos casos, os artistas precisam de público. Então, os artistas também estão vivendo “um momento de depressão”, porque falta a possibilidade de inserir o próprio trabalho em projetos futuros.
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