Santa S¨¦ na Onu: tutelar liberdade religiosa, de credo e de consci¨ºncia
Cidade do Vaticano
¡°Inaceitável e ofensivo¡±: o observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, na Suíça, dom Ivan Jurkovi?, definiu desse modo alguns conteúdos do Relatório sobre a liberdade religiosa ou de credo, apresentado na segunda-feira, 2 de março, na cidade helvécia, durante a 43ª sessão do Conselho das Nações Unidas para os direitos humanos.
Em particular, o arcebispo esloveno expressou ¡°grande preocupação¡± pelo fato de ¡°numerosas referências¡± do documento recomendarem que ¡°a liberdade de religião, de credo e a objeção de consciência¡± devem ser secundárias em relação a outros ¡°chamados direitos humanos¡±, sobretudo os que expressam ¡°uma espécie de ¡®colonização ideológica¡¯ por parte de Estados e instituições internacionais¡±.
Relatório é, ao menos em parte, ataque à liberdade religiosa
Nesse aspecto, o Relatório apresentado é, ¡°ao menos em parte, um ataque à liberdade religiosa, de credo e de consciência¡±, reiterou o representante vaticano.
Especificamente, o ponto crítico do Relatório é o A/HRC/43/48, dedicado ao tema ¡°Liberdade religiosa ou de credo e igualdade de gênero¡±: nele, ressaltou o prelado, o documento ¡°parece concentrar-se na promoção de uma visão da sociedade humana que não é partilhada por todos e não reflete a realidade social, cultural e religiosa de muitos povos, ao invés que na tutela de homens e mulheres, de qualquer fé ou credo, perseguidos ou discriminados¡±.
Documento ignora esforços feitos por líderes religiosos
Tudo isso ¨C ¡°ironia da sorte¡±, evidenciou dom Jurkovi? ¨C, exatamente após 4 de fevereiro de 2019 o Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar terem assinado o , que convida os líderes mundiais a trabalhar para difundir uma cultura da tolerância e da convivência pacífica.
Apesar disso, o relatório ¡°não faz nenhuma referência aos esforços realizados pelos representantes religiosos para intervir o quanto antes possível, de modo a dar fim ao derramamento de sangue inocente e a acabar com as guerras¡±.
Novas formas de colonização ideológica
Recordando, em seguida, que ¡°a Santa Sé sempre entendeu o ¡®gênero¡¯ segundo o uso ordinário, geralmente aceito, baseado na identidade biológica masculina e feminina¡±, o observador permanente citou o discurso do Papa Francisco de 7 de janeiro de 2019, em que o Pontífice se detém sobre a ¡°aumentada preponderância nas Organizações internacionais de poderes e grupos de interesse que impõem suas visões e ideias, provocando novas formas de colonização ideológica, não raramente despeitosas da identidade, da dignidade e da sensibilidade dos povos¡±.
¡°É muito desagradável, mas sempre menos surpreendente dada a sua frequência, que um relatório da Onu, que deveria defender o direito fundamental e universal do homem à liberdade de religião, de credo e de objeção de consciência, esteja agora atacando a mesma realidade que é chamado a defender¡±, concluiu o observador permanente da Santa Sé.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp