Papa aceita úԳ ao governo pastoral da Arquidiocese de Lyon apresentada pelo cardeal Barbarin
Cidade do Vaticano
“Acreditamos que estamos vivendo um momento importante para a diocese. Viramos página. Uma página cheia de momentos extraordinariamente ricos pelos quais agradecer (...) e também marcados pelo drama e pela provação".
É o que afirma em uma mensagem o administrador apostólico da Arquidiocese de Lyon, Dom Michel Dubost, divulgada após o Papa Francisco ter aceito a renúncia do cardeal Philippe Barbarin ao governo pastoral da Arquidiocese.
Dom Dubost marcou um encontro com os fiéis no dia 15 de maio, às 19h, na Catedral de São João, para saudar o cardeal.
O administrador apostólico, a quem o Pontífice pediu para dar continuidade ao encargo a ele conferido em 24 de junho do ano passado, agora em sede vacante, afirma que a Arquidiocese em breve terá um novo pastor e exorta a viver sua chegada como uma "oportunidade para uma renovação na unidade”.
"Para nós, não há melhor maneira de nos preparar para o amanhã do que permanecer missionários, viver a missão que Cristo nos conferiu e continuar a caminhar com Ele nos caminhos dos homens", conclui Dom Dubost.
Renúncia apresentada em março de 2019
O Papa Francisco havia recebido o cardeal Barbarin em audiência em 18 de março de 2019. No dia seguinte, o então diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, havia comunicado a decisão do Pontífice de “não aceitar a renúncia” apresentada pelo purpurado. “Consciente, porém, das dificuldades que vive a arquidiocese neste momento”, continuou Gisotti, “o Santo Padre deixou o cardeal Barbarin livre para tomar a melhor decisão pela diocese”. O arcebispo de Lyon decidiu se retirar por um período, solicitando ao padre Yves Baumgarten, vigário-geral, para assumir a condução da diocese.
Na ocasião a Santa Sé reafirmou sua proximidade “às vítimas de abusos, aos fiéis da Arquidiocese de Lyon e à toda a Igreja na França, que vivem um momento particularmente doloroso”.
Entenda o caso
O cardeal Barbarin havia sido condenado pelo Tribunal de Lyon a seis meses de prisão. A sentença publicada em 7 de março de 2019 o reconheceu “culpado por não ter denunciado os maus tratos” sofridos por um menor entre 2014 e 2015.
Depois de ter recorrido da sentença, a Corte de apelação do Tribunal penal de Lyon emitiu uma decisão em 30 de janeiro de 2020, absolvendo o cardeal Barbarin, em conformidade com os pedidos do procurador formulados ao término das audiências realizadas em novembro.
O purpurado havia se apresentado em 28 de novembro diante da Corte de Apelação de Lyon. Mediante seus advogados, havia apresentado um recurso contra a sentença de condenação pronunciada pelo Tribunal em 7 de março de 2019.
“Jamais, repito, jamais procurei esconder nada, e muito menos esses fatos terríveis”, havia se defendido o purpurado diante do juiz, por ocasião da primeira audiência. Depois, com a condenação, diante das telecâmeras, Barbarin anunciou a decisão de ir até o Papa Francisco apresentar-lhe o pedido de renúncia, a qual, porém, não foi aceita na época, por “presunção de inocência”.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp