Doutrina da Fé: em breve, documento sobre o fim da vida
Federico Piana - Cidade do Vaticano
"Foram dias intensos para examinar o que foi feito até agora e para planejar o que será feito no futuro." Na conclusão da Assembleia Plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, o secretário do dicastério, Dom Giacomo Morandi, conta como se desenvolveram os trabalhos do organismo da Cúria Romana: “Elaboramos um relatório sobre o trabalho realizado no campo doutrinário, disciplinar e matrimonial e, a partir deste ano, incluímos também os resultados da ação realizada pela IV Seção, que se ocupa das relações com a Fraternidade de São Pio X e com os Institutos que estavam sob a competência da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei".
O trabalho realizado foi apresentado ao Papa Francisco?
R: -Certamente. Também levamos ao Santo Padre os documentos que estão para ser implementados, e nesta manhã, apresentamos as conclusões e as propostas que emergiram do encontro com os padres da Congregação.
No discurso dirigido aos membros de sua Congregação que participaram da Assembléia Plenária, o Papa Francisco voltou a falar do "valor intangível da vida humana" ...
R: - O nosso documento sobre o fim da vida, em fase final de elaboração, obedece às solicitações do Papa sobre esses temas. Está em linha com seu constante magistério em defesa dos vulneráveis e das situações de precariedade encontradas em nossa sociedade. A Congregação para a Doutrina da Fé, com este documento, dará indicações operacionais para ajudar as pessoas a viver o momento final da prórpia vida de uma maneira humana e cristã.
O Papa também afirma que uma sociedade pode ser definida como civilizada se combate a cultura do descarte. Esse é um aspecto que será levado em consideração neste documento sobre o fim de vida?
R: - O magistério dos Papas, nas últimas décadas, se concentrou muitas vezes sobre dois momentos de fragilidade na vida humana: o início e o fim. Uma atenção que também nos foi solicitada durante muitos encontros com os episcopados de todo o mundo nas visitas ‘ad limina’ porque, por exemplo, existem muitas legislações civis que permitem a eutanásia ou estão indo em direção a esse objetivo. Com o nosso documento, pelo contrário, vamos na direção da defesa da vida.
O Pontífice também convidou a Congregação para a Doutrina da Fé a continuar com firmeza os estudos para a revisão das normas sobre delicta graviora contidas no Motu proprio de São João Paulo II, e intitulado 'Sacramentorum sanctitatis tutela'. Um modo para proteger ainda mais os menores e as pessoas vulneráveis?
A: - Exatamente. Fez-se necessária a revisão, após cerca de vinte anos de implementação em que a validade do Motu proprio foi testada. Com base na experiência que tivemos a campo, posso dizer que é necessária uma atualização, em linha também com os diversos Motu proprio emitidos sobre esse tema. A revisão visa fortalecer sempre mais a luta contra os abusos e representa um caminho para a purificação, que na Igreja é sempre mais necessária.
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