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Obrigado por todo o bem que há no mundo

Em destaque, a atividade do Papa e da Santa Sé. Francisco recebeu na sexta-feira (20/12) o secretário geral da Onu e fez uma visita surpresa a uma escola romana. Além da pregação de Advento do pregador da Casa Pontifícia, Pe. Frei Cantalamessa, evidenciamos a carta do cardeal Piacenza aos confessores e uma elucidação da Congregação para a Doutrina da Fé

Sergio Centofanti / Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

Há tanto bem no mundo. Mas é silencioso, como o sim de Maria do qual fala o Evangelho desta sexta-feira (20/12): um sim à bondade de Deus que mudou a história profundamente. Francisco falou disso encontrando o secretário geral da Onu António Guterres: olhe para o Natal que vem, para o Deus que se faz homem e nos torna filhos de um único Pai, portanto, irmãos, e agradeça “por todo o bem que há no mundo”.

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Sim, o mal faz barulho, mas há muitos que se empenham gratuitamente”, gastando “a própria vida no servir”. Há muitos que não dão as costas diante das injustiças, do escândalo da fome, da pobreza, dos abusos contra os mais pequeninos, não permanecem indiferentes diante da dignidade humana espezinhada e diante dos fiéis perseguidos. O Papa recorda que a vida de todos e toda a vida deve ser defendida, “da vida ainda não nascida” à “vida de toda pessoa necessitada de cuidados”.

Reitera a imoralidade não só do uso, mas também da posse das armas nucleares. Devemos ser “semeadores de paz” justamente onde há ódio. “O Natal, em sua genuína simplicidade – afirma o Papa –, nos recorda que aquilo que verdadeiramente conta na vida é o amor”. Guterres agradece Francisco por sua mensagem de amor e esperança para toda a humanidade.

O amor gratuito foi um dos temas no centro do diálogo entre o Papa e os jovens da Escola Albertelli de Roma que tinham escrito os textos das meditações para a Via-Sacra da Sexta-feira Santa de 2018. Uma visita surpresa que emocionou e comoveu.

Amar custa, é feito de “podas” de si, de paciência e de sacrifícios, mas é o caminho que leva à alegria e vence a solidão e a tristeza. A fé atrai somente se mostra o amor, disse o Papa.

O pregador da Casa Pontifícia, o frade capuchinho Pe. Frei Raniero Cantalamessa, falou da concretude da fé em sua terceira e última pregação do Advento no Vaticano. Muitas vezes nós, cristãos, amamos com palavras e não com fatos. Aliás, por vezes, nem mesmo com palavras, porque dizemos muitas palavras maléficas: mesmo entre nós. Jesus pode nascer em nossos corações somente se fazemos como Maria, que ouviu a Palavra de Deus e a colocou em prática.

A vida dos Santos, com seus gestos concretos, mostra a beleza do Evangelho. Foi o que disse o cardeal Angelo Comastri na Missa pré-natalina para o Dicastério vaticano para a Comunicação. Deixemo-nos atrair pela bondade, não pelo egoísmo e pelo orgulho, porque o que nos torna diferentes é a bondade, disse o purpurado.

Natal é um tempo particular que nos exorta com força a dar espaço ao bem e a repelir o mal. No sacramento da Reconciliação encontramos o amor de Deus, redescobrimos o amor pelos irmãos, encontramos a vida. É o que escreve o penitencieiro-mor, cardeal Mauro Piacenza, numa carta aos sacerdotes confessores. Convida-os a desempenhar esse serviço com delicadeza e prudência no juízo: para não desencorajar no caminho de fé ou na luta contra o pecado, porque o penitente nem sempre pode carregar o peso de tudo aquilo que lhe se quer dizer no breve colóquio da confissão.

Neste tempo de Advento, a comunidade da Secretaria de Estado se encontra todos os dias para rezar diante do presépio e entoar cantos de várias línguas e tradições. Os membros das várias seções linguísticas se alternam com melodias no próprio idioma. Há iniciativas de solidariedade: uma dirigida aos detentos do cárcere Regina Coeli.

Por fim, trazemos uma elucidação da Congregação para a Doutrina da Fé. O secretário do Dicastério, o arcebispo Giacomo Morandi, pronuncia-se sobre polêmicas geradas por algumas interpretações errôneas do estudo da Pontifícia Comissão Bíblica intitulada “Que é o homem? Um Itinerário de antropologia bíblica”.

O documento – afirmou ao Pope – “não abre certamente ao divórcio, como alguns, de modo distorcido ou instrumental, consideram ou gostariam”. Ademais, o documento no n. 185 afirma textualmente: “A instituição matrimonial, constituída da relação estável entre marido e mulher, é constantemente apresentada como evidente e normativa em toda a tradição bíblica. Não há exemplos de ‘união’ legalmente reconhecida entre pessoas do mesmo sexo.”

Portanto – conclui –, “não existe nenhuma abertura às uniões entre pessoas do mesmo sexo, como erroneamente pretendido por alguns”.

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20 dezembro 2019, 20:00