Cardeal Turkson: transportes marítimos sem uso de carvão em defesa do clima
Michele Raviart/Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano
Encontrar “medidas eficazes” e canalizar mais recursos para a “conservação e o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos”.
Este é o objetivo da 31ª Assembleia Geral da Organização Marítima Internacional (IMO) que se realiza, em Londres, Inglaterra. O prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Peter Turkson, participou da assembleia. O purpurado levou o agradecimento do Papa Francisco e destacou, em seu discurso, as medidas tomadas pela Organização Marítima Internacional na proteção dos oceanos, no ano passado.
Deter a acidificação dos oceanos
Em seu discurso, proferido nesta quarta-feira (27/11), foi apreciada a adoção de um documento estratégico que se comprometa a reduzir 40% da emissão de gases que provocam o efeito estufa, até 2030, produzidos pelos navios que percorrem rotas internacionais.
Uma medida que “coloca o transporte marítimo na vanguarda dos esforços para descarbonizar a economia global e promover investimentos em energia limpa”. A Santa Sé apreciou “o trabalho realizado por indivíduos, centros de pesquisa e várias instituições internacionais e nacionais para monitorar e estudar a saúde de nossos oceanos e mares, contribuindo para uma melhor coleta de dados e entendimento da acidificação dos oceanos”, fenômeno pelo qual as águas absorvem um quarto do dióxido de carbono emitido.
Diretrizes da Santa Sé sobre o ambiente
O cardeal Turkson recordou as diretrizes da Santa Sé na proteção ambiental. Primeiramente, o cuidado da Criação deve ser um “imperativo moral”, baseado na solidariedade entre as gerações. Depois, reiterou a importância do desenvolvimento de uma ecologia integral entre homem, ambiente e Deus, e uma abordagem não apenas científica, mas também “social” na solução dos problemas ambientais. A educação, nesse sentido, desempenha um papel fundamental, bem como o diálogo e a colaboração entre instituições e sociedade, desde o âmbito local ao internacional.
Não esquecer os migrantes
Na conclusão de seu discurso, o purpurado fez referência à migração. “Ao longo dos séculos, as pessoas em todo o mundo arriscaram suas vidas a bordo de embarcações improvisadas, seja em busca de trabalho e melhores condições de vida seja por proteção internacional contra perseguição ou outras ameaças à sua vida, à sua liberdade ou segurança”.
“Hoje, reconhecendo o compromisso da Organização Marítima Internacional na tentativa de reduzir ao máximo a perda de vidas humanas, não nos esqueçamos daqueles migrantes que tentam fugir dos conflitos e da pobreza”, causada, entre outros fatores, “pela degradação ambiental e calamidades naturais”.
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