Auza na Onu: refugiados palestinos esperam a paz h¨¢ 70 anos
Cidade do Vaticano
Passaram-se 70 anos do nascimento da Unrwa, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, instituída após o conflito árabe-israelense de 1948, com a finalidade de oferecer socorro, desenvolvimento, instrução, assistência médica, serviços sociais e ajudas de emergência aos refugiados palestinos que vivem na Jordânia, Líbano, Síria, Cisjordânia e Faixa de Gaza e que hoje são mais de cinco milhões, dos quais um terço encontra-se em 58 campos de refugiados na região médio-oriental.
Trata-se de um aniversário que evidencia que ¡°a situação dos refugiados palestinos tem durado por demasiado tempo¡±, denunciou o observador permanente da Santa Sé na Onu, dom Bernardito Auza, em pronunciamento na segunda-feira (11/11) na sede das Nações Unidas, em Nova York, durante os trabalhos de sua 74ª Assembleia Geral.
A ameaça dos cortes financeiros à Unrwa
Nessa ocasião, o representante da Santa Sé evidenciou ¡°a persistente precária situação financeira da Unrwa¡± (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina), ¡°ameaçada de cortes e inadimplências nas contribuições dos Estados doadores¡±.
Em seguida, o arcebispo filipino explicou que ¡°as reduções no ano fiscal em andamento atingiram fortemente os mais vulneráveis: as famílias sem-teto da guerra de 2014 na Síria; as pessoas necessitadas de cuidados especiais; os trabalhadores diuturnos; aqueles que precisam de assistência alimentar; os alunos que esperavam iniciar os estudos este ano e outros cujos estudos foram interrompidos por causa dos recentes combates¡±. Daí, as palavras de elogio de dom Auza pela obra até aqui realizada pela agência da Onu em questão, seus funcionários e administradores.
A tentativa de colocar ônus insuportáveis nos países de asilo
Outra ameaça que recai sobre a vida da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina ¨C recordou o núncio apostólico ¨C é a tentativa de redefinir o campo de ação da agência unicamente aos palestinos sobreviventes da geração de 1948 e de confiar a assistência aos outros refugiados aos vários países de asilo.
Mas essa redefinição ¡°privaria a grande maioria dos refugiados palestinos da assistência da Unrwa, piorando notavelmente a situação deles e colocando ônus insuportáveis para os países que os acolhem num momento em que as tensões aumentaram¡±, advertiu com preocupação o observador da Santa Sé.
A cidadania é um direito humano
¡°Nenhuma pessoa deveria ser apátrida¡±, ¡°porque a cidadania é a primeira linha de defesa dos direitos humanos¡±, ressaltou dom Auza defendendo que ¡°na ausência de um acordo de paz permanente, que garanta e defenda os direitos dos refugiados palestinos, a Unrwa merece o apoio pleno dos Estados membros. É da máxima importância que os refugiados palestinos possam confiar na inquebrantável solidariedade da comunidade internacional¡±, recomendou.
A esperança de uma paz justa e duradoura
¡°A Santa Sé continua esperando que, mais cedo ou mais tarde, se possa alcançar uma solução justa e duradoura para a situação dos refugiados palestinos, através da retomada das negociações sobre o status definitivo entre as partes em questão, a fim de alcançar uma solução em dois Estados, com Israel e um Estado palestino, que vivam um ao lado do outro em paz e segurança, dentro de fronteiras reconhecidas a nível internacional¡±, concluiu o representante vaticano.
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