Cardeal Sandri: a rica história cristã deve ser conhecida e divulgada
Jane Nogara - Cidade do Vaticano
O cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, inaugurou o Simpósio sobre “O Oriente cristão no Ocidente latino na Biblioteca Orientalis de Assemani" que comemora 300 anos da sua fundação (1719-2019), o simpósio realiza-se na Biblioteca Apostólica Vaticana nos dias 7 e 8 de novembro. Giuseppe Assemani foi bibliotecário, orientalista e arcebispo católico libanês naturalizado italiano e o primeiro bibliotecário da Biblioteca do Vaticano.
Assemani: quem somos e de onde viemos
O cardeal Sandri recordou que o programa do Simpósio honra o “Oriente cristão onde Giusepe Assemani viveu e fecundou a latinidade eclesiástica e cultural do Ocidente, instaurando um diálogo fecundo que consentiu através de vários estudos, coleções, obras, coletânias de livros, recordar a todos nós quem somos e de onde viemos. Uma sabedoria que demonstra como o próprio Oriente cristão não se apresente em uma só perspectiva, mas reúna em si uma identidade plural”.
Depois de citar alguns dos testemunhos que podem ser encontrados na Bibliotheca Orientalis, como: armênios, sírios, árabes, maronitas, coptas, gregos, etíopes, fontes históricas, teológicas, cartográficas, linguísticas que nos restituem um mundo feito de tantos mundos, de homens que deixaram testemunhos de seus povos, da sua cultura, da sua fé, o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais observou que “demonstram que viemos de uma rica história e que é nossa tarefa conhecê-la e divulgá-la.
“O que mais me impressiona em Assemani - recordou o cardeal Sandri - é a sua sabedoria enciclopédica e erudita, sempre acompanhada por um comportamento humilde: somente uma pessoa assim pode consagrar sua vida à pesquisa, não se colocando como o centro si mesmo, mas tesouro da sabedoria que todos os dias descobre e aprofunda o conhecimento".
Cristãos originários do Oriente Médio
Os dramáticos fatos dos últimos anos no Oriente Médio abriram os olhos às sociedades ocidentais que talvez pensassem que a presença cristã naquelas terras fosse algo estrangeiro que ocorreu sucessivamente, enquanto que os nossos irmãos e irmãs são cidadãos originários daquelas regiões.
Por fim o cardeal afirmou que o ensinamento de Assemani é uma responsabilidade para os estudiosos de hoje, "chamados a se comprometerem em servir e não se autopromover". Indica também o caminho para o Líbano, neste período de grandes agitações no país, para que seus filhos “que têm responsabilidade em vários campos, político, econômico, eclesial, sejam humildes servidores do bem comum de toda a população, sem qualquer distinção".
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