Santa S¨¦ sobre radia??o at?mica: riscos permanecem e podem aumentar
Chiara Colotti - Cidade do Vaticano
Três são os elementos principais da intervenção do arcebispo Bernardito Auza, realizada na sede da ONU em Nova York, no âmbito da 74ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Depois de ter agradecido ao Comitê Científico da ONU pelo estudo dos efeitos das radiações ionizantes (Unscear), o Observador destacou os riscos das radiações atômicas, pedindo por fim aos Estados para ratificarem o Tratado sobre a proibição total de testes nucleares e o Tratado para a proibição das armas nucleares.
UNSCEAR
Em junho passado, em Viena, a Unscear aprovou dois relatórios científicos que apresentam as consequências e os riscos à saúde devido à exposição às radiações e ao radônio. A instituição, como destacado pelo arcebispo Auza, prosseguiu incansavelmente a atividade de atualização do relatório sobre as implicações do acidente de Fukushima, um evento que mostrou a toda a humanidade o impacto potencialmente catastrófico de calamidades imprevistas.
"As novas informações ¨C afirmou Dom Auza - contribuirão não somente para o avanço das tecnologias voltadas a limitar as radiações nucleares e outros efeitos nocivos, mas também para projetos de vanguarda das usinas nucleares".
Os riscos da energia nuclear
"A mídia - continua Dom Auza - constantemente chama a nossa atenção para o uso de reatores nucleares para alimentar veículos espaciais ou outras estruturas na lua". No entanto, os relatórios Unscear apontam que os riscos decorrentes das radiações atômicas não somente permanecem, mas em algumas circunstâncias, podem até aumentar.
"Infelizmente, estamos cientes das consequências causadas pelas explosões nucleares em Hiroshima e Nagasaki, lugares que o Papa visitará no próximo mês". Das duas cidades japonesas, acrescenta Dom Auza, Francisco lançará um apelo à comunidade internacional para que esta reflita conscientemente sobre o sofrimento indizível, não apenas para a humanidade, mas para toda a criação, causado pelo uso de armas atômicas. Isso sem mencionar os testes de armas nucleares. Estes últimos implicam a liberação descontrolada de material radioativo diretamente para o meio ambiente e, por precisamente por esse motivo, Dom Auza afirma: "o regime de não proliferação deve trabalhar incessantemente no sentido de uma proibição total de testes nucleares".
O apelo da Santa Sé
O Observador Permanente pediu expressamente aos Estados que ratifiquem o Tratado sobre a proibição total de testes nucleares, adotado pela Assembleia Geral da ONU em 10 de setembro de 1996, e que ainda não entrou em vigor.
Em tudo isso, é possível encontrar uma nota positiva. De fato, a Santa Sé congratula-se com o crescente número de países que ratificaram o Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares e encoraja os Estados signatários a ratificá-lo o mais breve possível. Este instrumento internacional, conclui Dom Auza, "é o resultado dos esforços de muitos países e de outras partes interessadas em promover uma maior compreensão e conscientização das sérias consequências humanitárias e dos desastres ambientais que poderiam decorrer do uso de armas nucleares".
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