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Papa Francisco recebido no Pal¨¢cio Presidencial em Abu Dhabi Papa Francisco recebido no Pal¨¢cio Presidencial em Abu Dhabi 

Santa S¨¦ na ONU: a cultura do encontro resposta ao terrorismo

A luta ao crime do terrorismo internacional, requer unidade de a??o civil e religiosa, a for?a da lei e do direito, mas para ser duradoura deve ser fundamentada na cultura do encontro que favore?a a aceita??o rec¨ªproca e promova sociedades pac¨ªficas e inclusivas. Este foi o tema central do discurso do Observador Permanente da Santa S¨¦ junto ¨¤ ONU, Dom Bernardito Auza

Cidade do Vaticano

¡°Cometer atos terroristas para prejudicar pessoas inocentes é absolutamente injustificável e inaceitável. A brutalidade destes atos e o desprezo da vida por parte dos terroristas não pode nos deixar indiferentes, nem ter justificações¡±. São palavras de Dom Bernardito Auza, Observador Permanente da Santa Sé no seu discurso do dia 10 de outubro na 74ª Sessão da Assembleia da ONU.

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O bispo reitera, diante do sofrimento das vítimas, a urgência de soluções ¡°nacionais e internacionais para combater e erradicar um fenômeno tão deplorável¡± e a ¡°atenção a ser colocada nas quatro colunas das Nações Unidas: paz e segurança, direitos humanos, Estado de direito e desenvolvimento humano, constantemente ameaçados pelo terrorismo".

Resposta global a uma ameaça global

 ¡°Como somos todos ameaçados, todos devem responder¡±: esta é a reflexão de Dom Bernardito Auza que indica à comunidde internacional alguns caminhos que podem ser tomados. Antes de tudo ¡°negar o apoio financeiro e o acesso às armas aos que utilizam táticas de terrorismo¡±; ¡°impedir a radicalização dos jovens utilizando mídia e tecnologias informáticas¡± e ¡°na luta ao terrorismo utilizar ao máximo os mecanismos sólidos do direito penal e da mútua assistência internacional entre a polícia e autoridades judiciárias¡±. Devem responder diante dos tribunais, explica o bispo, os que favorecem o extremismo violento ou acolhem membros de grupos terroristas e devem ser perseguidos com vigor os que violam o direito humanitário internacional.

Medidas eficazes se respeitam os direitos e dignidade humana

¡°As medidas para combater o terrorismo ¨C afirma ¨C para serem eficazes e não contraproducentes, devem respeitar escrupulosamente o justo processo, os direitos humanos e a dignidade de todas as pessoas envolvidas. De fato, a luta ao terrorismo não pode jamais justificar políticas e práticas que sacrificam o justo processo e a dignidade humana¡±. Também é importante, segundo Dom Auza, que as populações, os governos e as organizações locais mesmo as religiosas e os líderes religiosos participem da luta ao terrorismo, porque têm estratégias capazes de impedir que os jovens sejam radicalizados¡±.

Os seis pontos da Delegação Vaticana

"Todos os Estados - sublinha Dom Auza - são chamados a trabalhar juntos com as autoridades locais, a sociedade civil local e as comunidades religiosas para promover o desenvolvimento e a educação, proteger os direitos humanos e prevenir a difusão da propaganda terrorista". A delegação vaticana indica seis pontos "cujo respeito e cuja promoção poderia ter um impacto fundamental para conter e erradicar o terrorismo". "Em primeiro lugar o respeito pela liberdade de consciência, de religião e de credo; em segundo lugar, a igualdade de todos os cidadãos diante da lei; em terceiro lugar, uma distinção positiva e respeitadora entre esfera política e religiosa, para poder preservar tanto a liberdade religiosa de todas as pessoas quanto o papel insubstituível da religião para a formação das consciências e a criação de um consenso ético de base na sociedade; em quarto lugar, uma condenação categórica do abuso e da manipulação da religião e do credo religioso para incitar ao ódio e à violência. Quinta coluna "um autêntico compromisso para o diálogo inter-cultural e inter-religioso; e sexto ponto, esforços educativos eficazes para formar cidadãos responsáveis e amantes da paz". 

Alimentar a cultura do encontro

 Recordando o apelo presente no Documento da Fraternidade Humana assinado em Abu Dhabi em 4 de fevereiro passado pelo Papa e pelo Grão-Imame Ahmed Al-Tayyeb aos líderes para que promovam diálogo, cooperação, compreensão e tolerância, Dom Auza conclui seu discurso relançando a eficácia desta abordagem na luta ao terrorismo: ¡°Por mais graves que sejam as ameaças que o terrorismo representa para a nossa segurança coletiva ¨C disse ¨C qualquer resposta duradoura a este mal não pode ser obtida apenas através da aplicação da lei ou de meios de segurança, mas antes, alimentando uma cultura do encontro que favoreça a aceitação recíproca e promova uma sociedade pacífica e inclusiva.

 

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11 outubro 2019, 13:18