Santa Sé na ONU: a conversão ecológica é fundamental para o desenvolvimento
Cidade do Vaticano
A transmissão da vida, a família e o desenvolvimento material e moral da sociedade são temas que devem ter uma “consideração muito séria†na ótica da construção de um mundo de “autêntica igualdade, fraternidade e pazâ€. São palavras do arcebispo Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé na ONU, por ocasião da 52ª sessão da Comissão para a População e o Desenvolvimento, dedicada à revisão da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
A conferência do Cairo
Recordando o 25º aniversário da Conferência Internacional sobre população e desenvolvimento realizada no Cairo em 1994, o núncio evidencia o quanto, na perspectiva de um desenvolvimento integral, aquele encontro foi um “importante marco histórico†na compreensão mundial das relações entre população e desenvolvimento, considerando pela “primeira vez†a estreita ligação de ambas.
A família “baseada no casamento†foi reconhecida como célula “fundamental†da sociedade, com direito a apoio e proteção. Também foi dado um forte impulso ao “melhoramento†do status das mulheres em todo o mundo, particularmente com relação à sua saúde e a à sua “plena e equivalente†participação no desenvolvimento. Ainda na ótica do desenvolvimento, foi enquadrado o fenômeno “em expansão†da migração.
Depois de falar sobre a importância de sustentar a família, célula fundamental da sociedade, com recursos adequados e políticas sociais, assim como da questão migratória que necessita de políticas eficazes por parte dos governos, dom Auza sublinhou que estas questões requerem atenção especial.
Conversão ecológica
“Tudo issoâ€, observa o núncio, “há também implicações ecológicasâ€. Enquanto o crescimento demográfico é muitas vezes acusado de causar problemas ambientais, a questão – evidencia – é “muito mais complexaâ€. Consumo desenfreado, desigualdades cada vez maiores, exploração insustentável dos recursos naturais que colocam o meio ambiente a risco. Os dados dos últimos anos apontam grandes desigualdades nos consumos. A nível global, as pessoas que possuem 20% da renda mais alta do mundo representam 86% do consumo total, enquanto que as mais pobres que são 20% representam apenas 1,3% do consumo. Diante dessa situação, o Papa Francisco – afirma Dom Auza recordando a Encíclica Laudato si’ – convida todos a uma “conversão ecológicaâ€, através de um estilo de vida mais modesto e um consumo responsável, para uma maior consciência da destinação universal dos recursos do mundo. Portanto a Santa Sé chama todos a um compromisso na elaboração de estratégias no interesse das gerações presentes e futuras.
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