Santa S¨¦ na Onu: o di¨¢logo inter-religioso e a paz
Cidade do Vaticano
Os ensinos religiosos autênticos contribuem para a paz, a verdadeira liberdade, para combater o terrorismo, garantir o acesso à instrução e trabalho sobretudo para as mulheres, para proteger crianças, anciãos e os mais fracos.
Esses foram alguns dos temas do ¨C assinado durante a viagem apostólica do Papa Francisco aos Emirados Árabes ¨C evocados esta terça-feira (05/02) em Nova York pelo observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Dom Bernardito Auza, em seu discurso no encontro centralizado no tema propriamente do diálogo inter-religioso: um modo para celebrar a oitava edição da Semana da harmonia inter-religiosa da Onu.
O representante vaticano levou uma cópia do Documento para todos os participantes do encontro. Em seu pronunciamento, o arcebispo filipino retomou também as .
Canais de fraternidade
¡°O diálogo inter-religioso é uma condição necessária para a paz no mundo¡±, essencial para assegurar o verdadeiro progresso humano. Foi também ressaltado que se profana o nome de Deus toda vez que o mesmo é usado para justificar a violência. ¡°A verdadeira piedade religiosa implica sempre amar Deus e o próximo.¡± Para construir comunidades inclusivas é central que os religiosos e as pessoas de fé sejam canais de fraternidade.
E o Papa Francisco ¡°ama falar do diálogo inter-religioso¡± como um ¡°caminhar juntos¡±, em que as pessoas de diferentes religiões e culturas começam um diálogo de vida, partilhando alegrias e dores, ressaltou ainda Dom Auza.
Conhecer os outros
Outro aspecto evidenciado pelo Papa ¨C continuou o núncio apostólico ¨C é o da ¡°coragem da alteridade¡±, com a defesa da humanidade e dos direitos do outro, incluída a liberdade religiosa, do contrário, não pode existir verdadeiro diálogo. É preciso conhecer a história e a cultura dos outros e as muitas dificuldades derivam propriamente de falsas compreensões daquilo em que os outros não creem.
¡°O verdadeiro diálogo pressupõe que cada um deseje conhecer-se e deseje crescer e aprofundar o conhecimento recíproco¡±, ressaltou. Ademais, o diálogo requer um profundo sentido de justiça fraterna. Uma autêntica fraternidade, favorecida por uma autêntica harmonia inter-religiosa, pode ajudar-nos a manter o desenvolvimento integral e coeso.
As consequências do diálogo inter-religioso
Em seguida, Dom Auza passou em resenha as consequências positivas deste tipo de diálogo inter-religioso. Em primeiro lugar, mostra a toda a sociedade como lidar com as questões mais importantes e como trabalhar respeitosamente, numa época de grande polarização e fragmentação social.
Em segundo lugar, leva a trabalhar juntos em projetos de ajuda aos pobres, a educar os órfãos e assim por diante. Em terceiro lugar, ¡°num mundo em que alguns buscam banir Deus dos espaços públicos¡±, a colaboração entre fieis ajuda a ¡°assegurar que o nome de Deus não seja esquecido e que o amor de Deus sobretudo pelos mais necessitados jamais se esfrie nos corações humanos¡±.
A terceira consequência evidenciada pelo observador permanente da Santa Sé na Onu é que este tipo de diálogo inter-religioso torna possível um testemunho concertado contra a violência de matriz religiosa e ¡°oferece um meio para limpar os pântanos em que tal extremismo se reproduz¡±.
Portanto, não somente ajuda a superar a falta de compreensão recíproca, que pode levar a tratar os outros como inimigos ao invés de irmãos, mas pode também fazer de modo que os valores religiosos, que se transmitem de geração em geração, sejam os que promovem a harmonia e não o ódio.
Por fim, o diálogo inter-religioso exalta o testemunho de toda religião sobre a importância da dimensão transcendente da vida humana. Concluindo, Dom Auza fez votos de que esta conversação se torne um passo na direção de comunidades coesas, de modo que se favoreça o verdadeiro desenvolvimento e a paz.
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