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Proteção dos menores: a voz de uma religiosa

Irmã Adriana Papa, clarissa e teóloga: na luta contra os abusos é preciso da participação de mais mulheres na formação humana dos seminaristas. O caminho para ajudar as vítimas passa pela restituição da confiança em si mesmos

Cidade do Vaticano

O encontro sobre a proteção dos menores visto com o olhar de uma mulher. Irmã Adriana Papa é abadessa do mosteiro das Clarissas em Otranto (Itália), teóloga, escritora e jornalista. Suas palavras: “Nós mulheres dentro da Igreja podemos ajudar a encontrar uma solução para a chaga dos abusos. A figura feminina é a solução”. Tem certeza que neste encontro este assunto será discutido.

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O papel das mulheres é fundamental na formação

Aos bispos e aos responsáveis pelas ordens religiosas de todo o mundo reunidos no Vaticano, irmã Adriana lança um apelo: no período de formação, a partir dos seminários, a mulher poderia ter uma maior participação. “Não nos esqueçamos que Deus nos criou homem e mulher. Deste modo se poderia abrir o caminho para o melhoramento da capacidade relacional e talvez evitar que se criem situações irrecuperáveis. Os seminaristas precisam ser orientados também por religiosas”.

Ajudar as vítimas restituindo-lhes a confiança

O caminho para ajudar as vítimas, muitas vezes esquecido pela Igreja, passa pela restituição da confiança em si mesmo; irmã Adriana tem as ideias claras. “é muito importante que isso aconteça. É preciso reconstruir relacionamentos sinceros com eles. E também, com os especialistas, fazer com que recuperem a sua corporeidade, grande dom de Deus, que por causa da violência foi desnaturada e corrompida.

No discernimento vocacional: seguir Cristo ou simplesmente um status de vida

Na fase do discernimento vocacional é preciso encontrar o método para entender se o candidato ao sacerdócio escolheu seguir Cristo verdadeiramente ou simplesmente um status de vida. E entender se alguns deles escondem fragilidades ou tendências negativas. “Pode-se por escolha seguir um status de vida, por exemplo o de clausura, mas não ter nada a ver com Cristo – entra nos detalhes irmã Adriana. Quando se escolhe seguir um status de vida sem Cristo, durante a formação aparecem todos os pontos negativos. Entretanto, se ao invés, o seminarista escolhe a opção de seguir Cristo verdadeiramente, durante a sua formação ele poderá enfrentar todos os pontos psicologicamente não resolvidos”.

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21 fevereiro 2019, 17:24