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S¨ªnodo dos Bispos dedicado aos jovens prosseguir¨¢ no Vaticano at¨¦ 28 de outubro S¨ªnodo dos Bispos dedicado aos jovens prosseguir¨¢ no Vaticano at¨¦ 28 de outubro 

Briefing sinodal. Card. Souraphiel: o acolhimento ¨¦ um dever crist?o

¡°Hoje n?o ¨¦ f¨¢cil ser um migrante¡±, deixar a pr¨®pria casa e a fam¨ªlia: um estrangeiro que bate ¨¤ porta deve ser acolhido. Mas ¨¦ triste saber ¡°que algumas fronteiras s?o fechadas¡±, disse o cardeal et¨ªope no briefing desta quinta-feira. ¡°A Igreja est¨¢ do lado dos deslocados, das pessoas obrigadas a deixar suas casas¡±.

Cidade do Vaticano

A maior parte dos meios de comunicação, quando aborda o tema das migrações, se refere em particular aos jovens que partem da África para chegar à Europa. Mas essa é uma visão limitada porque parte das migrações dos jovens, 80%, se dá internamente na África.

Estrangeiro que bate à porta deve ser acolhido

O arcebispo de Adis-Abeba, capital etíope, cardeal Berhaneyesus Demerew Souraphiel, recordou este dado, pouco analisado na mídia ocidental, ao participar do briefing desta quinta-feira (18/10) na Sala de Imprensa da Santa Sé sobre os trabalhos sinodais em andamento no Vaticano.

É triste saber que fronteiras são fechadas

A África, ressaltou o purpurado, é devastada pela corrupção, pelos conflitos, por guerras civis e pelo comércio de armas. Por causa desse comércio, em particular, morrem muitas crianças recrutadas como soldados.

¡°Hoje não é fácil ser um migrante¡±, deixar a própria casa e a família: um estrangeiro que bate à porta deve ser acolhido. Mas é triste saber ¡°que algumas fronteiras são fechadas¡±, disse o cardeal etíope.

¡°A Igreja está do lado dos deslocados, das pessoas obrigadas a deixar suas casas¡±, declarou ele. ¡°Há 40 milhões de escravos no mundo e a maior parte é de jovens¡±, recordou.

Ouvir o grito dos jovens

Por sua vez, a docente de Economia na Pontifícia Faculdade de Ciências da Educação Auxilium, em Roma, Irmã Alessandra Smerilli, observou que ¡°economia e ecologia têm a mesma raiz¡±. A Carta encíclica Laudato si¡¯ nos faz entender que ¡°não se pode deixar de ouvir o grito da terra e dos jovens¡±, disse a religiosa.

Referindo-se ao relatório da Caritas italiana, Irmã Smerilli destacou também que na Itália, pela primeira vez após a segunda guerra mundial, a incidência da pobreza absoluta é mais alta entre os jovens do que entre os anciãos. Na Itália 50% dos pobres é formado por jovens ou menor de idade. ¡°Esse estado de coisas não poderá mudar se não for tomado o caminho da sustentabilidade¡±, concluiu ela.

Sínodo, experiência de comunhão

O arcebispo de Bolonha, Dom Matteo Zuppi, ressaltou que o Sínodo é uma experiência de grande comunhão, de encontro, também de conhecimento e de escuta. É um poliedro que apresenta situações muito diferentes, acrescentou. Falou-se do diálogo inter-religioso, dos refugiados, dos migrantes. Muitos desses são jovens, evidenciou o prelado.

Na mesma linha pronunciou-se também o secretário do Dicastério vaticano para os Leigos, a Família e a Vida, Pe. Alexandre Awi Mello: ¡°O Sínodo é por si um sucesso. Valeu a pena estar aqui. Temos respirado um espírito de comunhão, de esperança¡±, frisou o sacerdote brasileiro.

A política seja um serviço

O prefeito do Dicastério vaticano para a Comunicação, Paolo Ruffini, recordou por sua vez que entre os temas surgidos durante as últimas assembleias sinodais destaca-se o papel da política como forma de serviço.

Os jovens, em particular, estão preocupados com a ascensão de lideranças corruptas. Outra questão abordada foi a da escravidão: a Igreja, disse, tem um papel crucial no combate ao tráfico de seres humanos. Por fim, Ruffini divulgou que foi composta uma Comissão para a redação de uma Carta a ser endereçada aos jovens do mundo inteiro.

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18 outubro 2018, 18:30